(Js 24,1-13; Sl 135[136]; Mt 19,3-12) 19ª Semana do Tempo Comum.
“Jesus respondeu: ‘Moisés permitiu despedir a
mulher por causa da dureza do vosso coração.
Mas não foi assim desde o início’” Mt 19,8.
“Os judeus, segundo a Lei, podiam repudiar sua
mulher, mas era preciso um motivo válido; os rabinos discutiam acerca da
gravidade desse motivo; os fariseus procuram atrair Jesus para essas discussões
e para seu modo de pensar; declarando-se Jesus por qualquer uma das opiniões em
litígio, iria contra aqueles que sustentavam a oposição contrária. Mas Jesus os
desorienta, expondo-lhes um caminho diferente, que era o da revelação
primitiva. Ao recordar a argumentação, ensina-lhes que se Deus uniu o homem e a
mulher a ponto de não formarem senão uma só carne, o homem não tem poder de
separá-los. Moisés foi condescendente com os israelitas; mas se Moisés fez
isso, foi uma concessão que Deus autorizou, como dispensa temporal, ‘por causa
da dureza de vosso coração’ (v. 8) perante as condições ambientais mais ou
menos primitivas. Porém, aquele intervalo de concessão terminou, e Jesus Cristo
restituiu ao matrimônio a indissolubilidade primitiva. A Lei divina original
defende a indissolubilidade do matrimônio, e agora Jesus quer devolver à lei
divina o primitivo vigor, dizendo-lhes que a modificação de Moisés carece de
todo valor no Reino. Os discípulos de Jesus perceberam que a lei que Jesus
acabava de formular era muito mais estrita que toda jurisprudência judaica
nesse aspecto; julgam duras as palavras de Jesus e, influenciados pelo ambiente
de então, acreditam que o matrimônio nessas condições seria uma carga difícil
de carregar. Por isso replicam a Jesus: ‘Se tal é (...) é melhor não se casar’
(v. 10. Jesus não aprova essa conclusão e parte para defesa da castidade
perfeita” (Alfonso Milagro – O
Evangelho meditado para cada dia do ano – Ave-Maria).