Sexta, 18 de agosto de 2023

 (Js 24,1-13; Sl 135[136]; Mt 19,3-12) 19ª Semana do Tempo Comum.

“Jesus respondeu: ‘Moisés permitiu despedir a mulher por causa da dureza do vosso coração.

Mas não foi assim desde o início’” Mt 19,8.

“Os judeus, segundo a Lei, podiam repudiar sua mulher, mas era preciso um motivo válido; os rabinos discutiam acerca da gravidade desse motivo; os fariseus procuram atrair Jesus para essas discussões e para seu modo de pensar; declarando-se Jesus por qualquer uma das opiniões em litígio, iria contra aqueles que sustentavam a oposição contrária. Mas Jesus os desorienta, expondo-lhes um caminho diferente, que era o da revelação primitiva. Ao recordar a argumentação, ensina-lhes que se Deus uniu o homem e a mulher a ponto de não formarem senão uma só carne, o homem não tem poder de separá-los. Moisés foi condescendente com os israelitas; mas se Moisés fez isso, foi uma concessão que Deus autorizou, como dispensa temporal, ‘por causa da dureza de vosso coração’ (v. 8) perante as condições ambientais mais ou menos primitivas. Porém, aquele intervalo de concessão terminou, e Jesus Cristo restituiu ao matrimônio a indissolubilidade primitiva. A Lei divina original defende a indissolubilidade do matrimônio, e agora Jesus quer devolver à lei divina o primitivo vigor, dizendo-lhes que a modificação de Moisés carece de todo valor no Reino. Os discípulos de Jesus perceberam que a lei que Jesus acabava de formular era muito mais estrita que toda jurisprudência judaica nesse aspecto; julgam duras as palavras de Jesus e, influenciados pelo ambiente de então, acreditam que o matrimônio nessas condições seria uma carga difícil de carregar. Por isso replicam a Jesus: ‘Se tal é (...) é melhor não se casar’ (v. 10. Jesus não aprova essa conclusão e parte para defesa da castidade perfeita” (Alfonso Milagro – O Evangelho meditado para cada dia do ano – Ave-Maria).

 Pe. João Bosco Vieira Leite