(Lv 23,1.4-11.15-16.27.34-37; Sl 80[81]; Mt 13,54-58) 17ª Semana do Tempo Comum.
“Não é ele o filho do carpinteiro? Sua mãe não se
chama Maria,
e seus irmãos não são Tiago, José, Simão e Judas?” Mt 13,55.
“Em Nazaré, o povoado de sua infância, Jesus causou
espanto por sua sabedoria. A admiração que a exposição de Jesus causou entre
seus patrícios foi uma admiração de escândalo; era a comum mentalidade aldeã
bitolada que não entende como um dentre eles possa ser diferente e tão superior
aos outros. Como, às vezes, nós mesmos não entendemos como uma pessoa que
convive conosco possa ser superior a nós, ou possa ser dotada de qualidades
excepcionais e, por esse motivo, abandonamo-la deixando-a sozinha, quando não a
perseguimos e a difamamos abertamente. Se você se examinar com vagar e rigor,
não seria nada estranho que encontrasse em sua vida e em sua conduta algumas
manifestações dessa dissimulada inveja. O evangelho fala-nos dos ‘irmãos’ de
Jesus; assim são chamados os parentes mais próximos de Jesus; ainda que Mateus
coloque ‘irmãos’, devem entender-se não como filhos de Maria, mas parentes
próximos, como, por exemplo, primos, que em hebraico e aramaico chama-se também
de ‘irmãos’. Assim, por exemplo, em Gênesis 13,8 Abraão, falando como sobrinho
Lot, diz-lhe: ‘Não discórdias entre mim e ti (...) pois somos irmãos’. Que
Maria não teve mais filhos depois de Jesus Cristo, não só é dogma de Fé – a
virgindade perpétua de Maria – mas também é biblicamente manifesto, uma vez que
o próprio evangelho dá o nome de mãe desses mesmos aos quais chama ‘irmãos’ do
Senhor; ao falar da crucificação do Senhor, indica como presentes ao ato,
Maria, mãe de Jesus (João 19,25) e Maria, mãe de Tiago e José (Mateus 27,56 e
Marcos 15,40)” (Alfonso Milagro – O
Evangelho meditado para cada dia do ano – Ave-Maria).
Pe. João Bosco Vieira Leite