(Dt 4,32-40; Sl 76[77]; Mt 16,24-28) 18ª Semana do Tempo Comum.
“Porque o Filho do Homem virá na glória do seu Pai,
com os seus anjos,
e então retribuirá a cada um de acordo com a sua
conduta” Mt 16,27.
“Esta afirmação de Jesus vem precedida do primeiro
anúncio de sua paixão, seguido do apelo vocacional dirigido aos discípulos, e,
por fim, esta promessa de justo julgamento, feita pelo Filho do Homem. Pela autonomia
com que podem ser consideradas, é provável que tenham sido ditas em contextos
diferentes. Em todo caso, a referência mais ampla, e mais detalhada, do
julgamento feito pelo Filho do Homem, está em Mt 25, onde se descreve
simbolicamente o juízo final. Aí podemos relativizar o tom de ameaça, que o
próprio assunto suscita, e perceber melhor a dimensão de recompensa, que vem
associada ao julgamento. Pois, na verdade, o Evangelho nos instrui, apontando
as boas obras em favor dos necessitados, como passaporte seguro para sermos
admitidos aos Reino. Com isto, o juízo final deixa de ser visto como uma severa
ameaça, para se tornar motivo de alegre esperança, que pode ser assegurada pela
prática das boas obras, feitas aos irmãos, mas valorizadas por Cristo como se
tivessem sido feitas diretamente para Ele. Assim, o caminho da recompensa final
fica simplificado e aplainado. Basta socorrer os irmãos que passam pelas
dificuldades cotidianas. Elas se transformam em preciosas oportunidades de
expressar amor e gratidão ao nosso Salvador. Pois Ele vai considerar, como
feitos a Ele, todos os gestos de bondade que fizermos aos irmãos. Isto faz
parte, afinal de contas, do novo mandamento, que Ele faz questão de expressar e
clarear: ‘Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei’. Ele nos lembra que amar o
irmão é a maneira prática de amar a Deus, e ser amados por Ele, e ser
recompensados por toda a eternidade. – Senhor, vosso mandamento de amor
aplaina o caminho de nossa salvação. Ajudai-me a cumpri-lo com alegria e
generosidade. Assim, Vós sereis glorificado, os irmãos serão amados, e não
seremos condenados no juízo final. Amém!” (Dom
Luís Demétrio Valentini – Meditações para o dia a dia [2015]
Vozes).
Pe.
João Bosco Vieira Leite