Sexta, 11 de agosto de 2023

(Dt 4,32-40; Sl 76[77]; Mt 16,24-28) 18ª Semana do Tempo Comum.

“Porque o Filho do Homem virá na glória do seu Pai, com os seus anjos,

e então retribuirá a cada um de acordo com a sua conduta” Mt 16,27.

“Esta afirmação de Jesus vem precedida do primeiro anúncio de sua paixão, seguido do apelo vocacional dirigido aos discípulos, e, por fim, esta promessa de justo julgamento, feita pelo Filho do Homem. Pela autonomia com que podem ser consideradas, é provável que tenham sido ditas em contextos diferentes. Em todo caso, a referência mais ampla, e mais detalhada, do julgamento feito pelo Filho do Homem, está em Mt 25, onde se descreve simbolicamente o juízo final. Aí podemos relativizar o tom de ameaça, que o próprio assunto suscita, e perceber melhor a dimensão de recompensa, que vem associada ao julgamento. Pois, na verdade, o Evangelho nos instrui, apontando as boas obras em favor dos necessitados, como passaporte seguro para sermos admitidos aos Reino. Com isto, o juízo final deixa de ser visto como uma severa ameaça, para se tornar motivo de alegre esperança, que pode ser assegurada pela prática das boas obras, feitas aos irmãos, mas valorizadas por Cristo como se tivessem sido feitas diretamente para Ele. Assim, o caminho da recompensa final fica simplificado e aplainado. Basta socorrer os irmãos que passam pelas dificuldades cotidianas. Elas se transformam em preciosas oportunidades de expressar amor e gratidão ao nosso Salvador. Pois Ele vai considerar, como feitos a Ele, todos os gestos de bondade que fizermos aos irmãos. Isto faz parte, afinal de contas, do novo mandamento, que Ele faz questão de expressar e clarear: ‘Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei’. Ele nos lembra que amar o irmão é a maneira prática de amar a Deus, e ser amados por Ele, e ser recompensados por toda a eternidade. – Senhor, vosso mandamento de amor aplaina o caminho de nossa salvação. Ajudai-me a cumpri-lo com alegria e generosidade. Assim, Vós sereis glorificado, os irmãos serão amados, e não seremos condenados no juízo final. Amém! (Dom Luís Demétrio Valentini – Meditações para o dia a dia [2015] Vozes).

Pe. João Bosco Vieira Leite