Sexta, 02 de junho de 2023

(Eclo 44,1.9-13; Sl 149; Mc 11,11-26) 8ª Semana do Tempo Comum.

“Chegaram a Jerusalém. Jesus entrou no templo e começou a expulsar a expulsar os que vendiam e os que compravam no Templo. Derrubou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos que vendiam pombas” Mc 11,15.

“Como para ilustrar a maldição proferida, Jesus entra com seus discípulos no Templo. Expulsa os vendedores e os compradores e derruba as mesas dos cambistas e dos vendedores de pombas. Depois explica seu gesto combinando a citação da passagem de Isaías (56,7) e Jeremias (7,11): ‘Minha casa será chamada casa de oração para todas as nações’. O Templo não é só dos judeus, ele pertence também aos pagãos. Jesus deve estar se referindo ao Templo espiritual que continuará existindo na comunidade cristã, porque Marcos não conta com a reconstrução do Templo destruído. Nas palavras de Jesus transparece também uma recriminação dirigida aos sumos sacerdotes e aos líderes do povo, por terem transformado o Templo num covil de ladrões. Interesses profanos foram associados ao espaço sagrado, que ficou aviltado. Essa censura é também uma advertência dirigida aos cristãos, para que não lidem com sua comunidade à maneira dos sumos sacerdotes. Estes e os escribas reagem à intervenção de Jesus com a decisão de mata-lo. Eles entenderam muito bem o que Jesus quis dizer com seus atos simbólicos: com Jesus acaba a utilização do Templo no sentido tradicional; com Jesus começa a surgir um novo Templo aberto a todos os povos. Eles procuram matar Jesus, mas têm medo da reação do povo: ‘porque a multidão era tocada por seu ensinamento’ (11,18). Os atos de Jesus são vistos também como parte de seus ensinamentos. Quando Jesus fala de Deus, ele consegue tocar as pessoas. Em seu primeiro relato de uma cura, Marcos já tinha mostrado como os demônios reagiam diante de seus ensinamentos. A maneira de falar de Jesus já mostra concretamente o que ele quer dizer. Assim, expulsando os vendedores do Templo, ele mostra claramente que esse espaço deve ser um lugar de oração e do diálogo íntimo com Deus” (Anselm Grün – Jesus, Caminho para a Liberdade – Loyola).

Pe. João Bosco Vieira Leite