Quarta, 21 de junho de 2023

(2Cor 9,6-11; Sl 111[112]; Mt 6,1-6.16-18) 11ª Semana do Tempo Comum.

“Quem semeia pouco colherá também pouco, e quem semeia com largueza colherá também com largueza” 2Cor,9,6.

“O que acontece ao nosso redor nem sempre é consequência de alguma ação nossa. A lei de causa e efeito definitivamente não é absoluta quanto aos eventos que presenciamos ou que afetam nossa vida. Ou seja, não estamos presos numa eterna roda de carma sob a máxima ‘aqui se faz, aqui se paga’. Não. Muitas coisas que acontecem são frutos do acaso, ou da insensatez humana de um modo geral. Muitas tragédias e acontecimentos claramente não são a vontade de Deus, nem culpa imediata de nossas ações. Entretanto, essa aparente falta de ordem da realidade também não é absoluta. Em alguma medida sim, somos responsáveis por aquilo que cultivamos em nossa vida. Diante de uma realidade tão complexa, de tantos fatores desconhecidos que afetam nossa vida, não é atoa que uma das definições de virtude (e de busca da felicidade) seja encontrar a justa medida das coisas. Certo é que, em algum nível, só podemos acreditar naquilo que de fato colocamos nosso coração, nosso tempo, nosso esforço. Só podemos alimentar a esperança de realização plena de toda a criação e das nossas vidas, no encontro de comunhão com Deus, se, dia após dia, a todo momento, cultivamos com afeto, com esforço e boa vontade as sementes que reconhecemos serem sementes do bem, do amor, da caridade, misericórdia e perdão. Sementes que floresçam no experimentar Deus mais próximo de nós. – Tua Palavra, Senhor, é semente de vida e esperança, que floresce e frutifica, embelezando e alimentando nossa vida e caminhada. Que possamos com sabedoria e humildade cultivar tua Palavra como alimento diário, fazendo de nossos corações terreno fértil para que ela cresça. Amém!” (Clauzemir Makximovitz – Meditações para o dia a dia [2017] – Vozes).

Pe. João Bosco Vieira Leite