Quarta, 07 de junho de 2023

(Tb 3,1-11.16-17; Sl 24[25]; Mc 12,18-27) 9ª Semana do Tempo Comum.

“Quanto ao fato da ressurreição dos mortos, não lestes no livro de Moisés, na passagem da sarça ardente, como Deus lhe falou: ‘Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacó?” Mc 12,26.

“Os saduceus, diferentemente dos fariseus não estavam interessados em eliminar Jesus. A questão que lhe propuseram não era de caráter político ou ideológico. Dizia respeito às divergências doutrinárias existentes entre as várias correntes do judaísmo da época. Uma delas versava sobre a existência ou não da ressurreição dos mortos. O intento dos saduceus era o de expor Jesus ao ridículo, diante das pessoas que simpatizavam com ele. Dada a complexidade da questão apresentada, o ‘mestre’ ficaria embaraçado, sem saber como responde-la. Que moral tem um ‘mestre ignorante?’ Além disso, se respondesse afirmativamente, o seu ensinamento sobre a ressurreição ficaria desacreditado, por faltar-lhe fundamentos lógicos. A resposta de Jesus desmonta a segurança dos saduceus. A impossibilidade de aceitar a ressurreição não se deve a dificuldade por eles apresentadas, e sim à sua formação religiosa deficiente. Se tivessem estudado com atenção as Escrituras, teriam percebido a imagem de Deus que elas transmitem: o Deus de Israel é o Deus dos vivos, não dos mortos. Por isso, referem-se aos patriarcas, falecidos há muito tempo, como pessoas que ainda estão vivas. Daí a expressão tantas vezes repetidas nas Escrituras: ‘Eu sou o Deus de Abraão, de Isaac e de Jacó’. Por que só os pais do povo estariam vivos para Deus, e não todas as pessoas de todos os tempos? Portanto, só nega a ressurreição quem não compreendeu quem é, de fato, o Deus de Israel. – Pai, tu és o Senhor da vida e me conduzes para a vida eterna junto de ti. Aumenta a minha fé de que não estou destinado à morte, e sim, à comunhão contigo” (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O Evangelho nosso de Cada Dia [Ano A] - Paulinas).

Pe. João Bosco Vieira Leite