Terça, 27 de junho de 2023

(Gn 13,2.5-18; Sl 14[15]; Mt 7,6.12-14) 12ª Semana do Tempo Comum.

“Não dei aos cães as coisas santas nem atireis vossas pérolas os porcos, para que eles não as pisem com os pés e, voltando-se contra vós, vos despedacem” Mt 7,6.

“Soa enigmática a orientação de Jesus aos discípulos: não dar aos cães as coisas sagradas, nem jogar pérolas aos porcos. A que estaria se referindo? As palavras do Mestre exortam a cautela no trabalho pastoral. Era uma forma de precaver os missionários contra a ingenuidade de partilhar a mensagem do Reino com gente despreparada para recebe-la, ou pior ainda, avessa ao Reino e a seus mensageiros. Seria um trabalho inútil, com o risco de provocar uma reação violenta. Esta norma pastoral de Jesus pressupõe um mínimo de boa vontade e de abertura por parte de quem é evangelizado. É inútil querer levar alguém a converter-se ao Reino, contra a sua vontade. Será pura perda de tempo! A Palavra só produz frutos no coração de quem recebe com liberdade e alegria. Seria fazer mau uso da Palavra querer forçar alguém a acolhê-la. Jesus entrevê até mesmo um risco para a vida do apóstolo, ao dizer que os porcos poderiam voltar-se contra ele e despedaçá-lo. Não valeria a pena correr tal risco! A experiência missionária de Jesus ofereceu-lhe as bases para chegar a esta conclusão. Ao longo de seu ministério, ele se deparou com pessoas absolutamente refratárias à sua mensagem, numa evidente atitude hostil. Por isso, não nutria a ilusão de poder convertê-las. As coisas santas e as pérolas teriam destinatários melhores. – Pai, faze-me capaz de reconhecer quem está predisposto a acolher a tua mensagem, de forma que eu não semeie a tua Palavra no coração de quem lhe é refratário (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O Evangelho nosso de Cada Dia [Ano A] - Paulinas).

Pe. João Bosco Vieira Leite