Segunda, 19 de junho de 2023

(2Cor 6,1-10; Sl 97[98]; Mt 5,38-42) 11ª Semana do Tempo Comum.

“Eu, porém, vos digo: não enfrenteis quem é malvado!” Mt 5,39a.

“Com o ensinamento deste evangelho, Jesus reforma a legislação então vigente no meio rabínico. Tudo isso é mais que uma confirmação do que já fora afirmado anteriormente e que vai constantemente sendo repetido: ‘Ouviste o que foi dito aos antigos..., porém eu vos digo...”. Ou seja, em poucas palavras, uma reafirmação da autoridade divina de Jesus que está acima de todos os profetas e legisladores do povo de Deus e acima da própria lei. É uma clara e definitiva afirmação da divindade de Jesus. As exemplificações continuam no Evangelho segundo São Mateus e se sucedem umas as outras vertiginosamente. A lei de Talião era uma lei do direito romano: olho por olho, isto é, castiga-se o ofensor com o mesmo dano que tenha causado ao ofendido. Essa lei vigorava em todo o Oriente, não somente entre o povo de Deus. Jesus, porém, veio também aperfeiçoar este ponto. Essa lei do talião favorecia mais o lado da justiça do que o da misericórdia. Mas Jesus prefere a misericórdia. Por isso, em outro lugar adverte: ‘Ide e aprendei o que significam estas palavras: ‘Eu quero a misericórdia e não o sacrifício’’ (Mt 9,13). Deus prefere o sentimento interior de um coração sincero e compassivo à prática rigorosa e exterior da lei. Por isso, se a lei de talião podia corresponder a um espírito de justiça, não corresponde ao espírito do evangelho, que é um espírito de caridade, nem mesmo corresponde ao conceito de justiça que encontramos nas palavras de Jesus” (Alfonso Milagro – O Evangelho meditado para cada dia do ano – Ave-Maria).

Pe. João Bosco Vieira Leite