Sábado, 01 de julho de 2023

(Gn 18,1-15; Sl Lc 1; Mt 8,5-17) 12ª Semana do Tempo Comum.

“O oficial disse: ‘Senhor, eu não sou digno de que entres em minha casa.

Dize uma só palavra e o meu empregado ficará curado’” Mt 8,8.

“Cafarnaum foi centro de cobrança de impostos. Havia nela um posto militar do Império Romano. Um centurião se apresenta a Jesus e implora pela cura de seu criado. Ele estava em sua casa, de cama, paralítico e sofrendo horrivelmente.  Interessante observar que, após Jesus se mostrar disponível, o centurião apenas deseja que Jesus dê uma ordem. Ele confia que tudo sucederá favoravelmente. Jesus admirou e afirmou aos que o seguiam: ‘nem mesmo em Israel achei fé como esta’. Nenhum humano é dono da fé. Ela, no entanto, existe e é demonstrada em coisas simples, como o foi na vida deste incógnito centurião. Ele conhecia Jesus e tinha, por verdade, aquilo que a Escritura dizia a seu respeito. Ele confiou e esperou plenamente. Mostrou-se indigno em recebe-lo em sua casa. Acreditou firmemente na sua palavra. O ser servo foi curado. De fato, todos nós, por natureza, somos indignos e nada merecemos. Quando exigimos de Deus algo e desejamos respostas imediatas só demonstramos ainda mais nossa falta de fé. Uma teologia da glória está invadindo o espaço cristão com slogans: ‘sou filho do dono, tenho direitos’, ‘isto não posso suportar’, ‘preciso ser próspero’, ‘isto não acontecerá comigo’, ‘sou vencedor’. Estas expressões sublimadas não procedem de Deus. Em Cristo e com Cristo haveremos de sofrer com Ele aquilo que chamamos teologia da cruz. Por graça divinal venceremos muitas batalhas. Seremos provados muitas vezes e haveremos também de passar por angústias e dores. Importante sempre confessar e confiar em Jesus como fez o centurião: ‘Não sou digno [...], mas dize uma só palavra [...]’ e serei consolado, ficarei bem. – A minha fé, Senhor, ponho em teu grande amor e em teu poder. Ouve ao que vem clamar, e humilde suplicar: teu sempre, e seu cessar, desejo ser. Amém (Arnaldo Hoffmann Filho – Meditações para o dia a dia [2015] Vozes).

Pe. João Bosco Vieira Leite