Quinta, 01 de junho de 2023

(Eclo 42,15-26; Sl 32[33]; Mc 10,46-52) São Justino, mártir.  

“Então Jesus lhe perguntou: ‘O que queres que eu te faça’” Mc 10,51a.

“Em vez de curá-lo imediatamente, Jesus pergunta primeiro: ‘Que queres que eu faça por ti?’ (10,51). É um apelo à vontade dele. O cego deve pensar bem o que quer de Jesus. Como conselheiro espiritual me acontece com frequência que as pessoas simplesmente começam a falar de si. Mas em muitos casos fica difícil saber o que realmente querem de mim. Percebo, então, que esse tipo de conversa não leva a nada. Por isso pergunto nessa situação: ‘O que você quer de mim? Qual o ponto que você gostaria de abordar? Qual o problema que você gostaria de resolver?’ Aquele que está procurando ajuda precisa ter sobre aquilo que ele quer realmente. Por isso precisa refletir antes sobre a pergunta ‘O que queres de mim?’, para que fique claro o que espera do terapeuta e do sacerdote. Analisando seu querer, o paciente perceberá, em muitos casos, que está querendo o impossível. Ele se dará conta de que foi ao terapeuta ou ao conselheiro espiritual com a vaga ideia de que este certamente saberia o que é bom para ele. Assim, empurra toda a responsabilidade sobre o médico. Jesus, porém, apela à responsabilidade do cego, para que diga claramente o que quer. Tendo uma ideia clara a respeito daquilo que deseja concretamente do médico, este pode decidir livremente se está em condições de ajudar-lhe ou não. Pode ser que tenha de iniciar um diálogo com o doente, para tentar ajudá-lo a realizar seu objetivo. Pode fazer também com que o doente se lembre de seus primeiros recursos. Ou pode convidá-lo a formular melhor as expectativas que tem em relação ao médico ou terapeuta, quais as medidas que este, na sua opinião deveria tomar” (Anselm Grün – Jesus, Caminho para a Liberdade – Loyola).

Pe. João Bosco Vieira Leite