(At 9,26-31; Sl 21[22]; 1Jo 3,18-24; Jo 15,1-8).
1. A 1ª leitura introduz sem grande
apresentação a pessoa de Saulo, o grande evangelizador, que após a sua
conversão teve que passar pelo processo de aceitação pela comunidade que ele
mesmo havia perseguido. Assim seu ministério ganhará maior autenticidade pela
comunhão com os demais membros da Igreja nascente, que se expandirá ainda mais
com sua ação missionária.
2. Em sua carta, João vai nos
conduzindo a critérios mais claros de uma autêntica fé em Jesus. Pelas ações
podemos discernir o quanto aprendemos de Jesus a amar. Pois de amor, todos
dizem entender, a partir de si mesmos. Jesus nos oferece um caminho que passa
pela paz e pela serenidade, sossegando o coração, pois nele aprendemos a ter
convicção da misericórdia do Pai. É nela que nos encontramos e a vida vai
ganhando sentido.
3. Com uma outra imagem, desta vez a da
videira e os ramos, somos convidados a compreender essa comunhão vital, que
pela fé, mantemos ou deveríamos manter com Jesus. Por trás dela se esconde um
projeto de vida espiritual cristã de amplo significado.
4. A fé é vista aqui como uma relação,
uma comunhão com o próprio Jesus e não como uma mera observância de preceitos
ou leis. Tudo está relacionado a essa memória do coração que busca ter sempre
presente as Palavras do próprio Jesus. O próprio Espírito Santo dado por Jesus
há de fecundar essas sementes lançadas em nosso solo.
5. Não é fácil falar de fé como
relação, pois a temos como algo meio formal num caminho escolhido e marcado ou
determinado por regras e preceitos a cumprir. Paulo entendeu bem essa passagem
de judeu a cristão, dessa nova relação de fé não baseada na Lei, mas no amor de
Deus por nós, manifestado em Cristo Jesus.
6. É desse encontro vital que brota um
novo agir, nos diz o autor da 2ª leitura; no conhecimento de sua Palavra
encontraremos o critério de discernimento de um agir de acordo com a
consciência cristã que em nós se formou. Assim podemos rezar, mesmo em meio aos
limites que em nós percebemos, na certeza dessa comunhão de que pode ser
sincero naquilo que propõe, mas consciente que Deus disporá conforme Sua
vontade, sem duvidar do Seu amor e cuidado, como quem limpa uma planta para que
dê mais frutos.
Pe. João Bosco Vieira
Leite