(At 3,13-15.17-19; Sl 4; 1Jo 2,1-5a; Lc 24,35-48).
1. O texto que abre a nossa liturgia da
Palavra já foi proclamado nas oitavas de Páscoa. Após a cura do coxo, diante da
multidão que os segue, os Apóstolos dão o seu testemunho, Pedro é o porta-voz.
Em seu discurso ele parte da consciência que Deus vem agindo ao longo da
história, Ele mesmo ressuscitou Jesus, que foi rejeitado, mas tal rejeição pode
tornar-se caminho de salvação.
2. Esse mesmo Jesus cuja morte teve um
caráter de expiação, tornou-se nosso intercessor. O perdão que recebemos por
sua morte deve nos motivar a viver segundo a vontade de Deus. O sinal de que
acolhemos essa salvação vem de reconhecer nossa condição de pecador, para
podermos experimentar a misericórdia de Deus.
3. O nosso evangelho é o relato do
momento em que os discípulos de Emaús retornam a Jerusalém para contar de sua
experiência no caminho e na partilha do pão. Ao mesmo tempo, serve para Lucas,
como uma maneira de concluir os relatos em torno da Ressurreição de Jesus, que
come diante dos discípulos, dissipando toda dúvida.
4. Jesus repassa de maneira rápida essa
história da salvação que culmina na Sua morte e ressurreição e lembra aos
discípulos sua missão de testemunhar todos esses fatos.
5. A preocupação e a dúvida dos
discípulos é a mesma que carregamos ao longo da história acerca da ressurreição
da carne e dessa vida eterna prometida.
6. Jesus conduz os seus discípulos e a
nós às Sagradas Escrituras não só para atestarmos que a ressurreição é um
mistério há muito preparado e profetizado em Jesus, mas na própria experiência
do justo, segundo o salmista, Deus é Aquele que liberta da tribulação e da
morte.
7. Em Jesus temos a experiência de que
ao pecador é sempre possível uma atitude de conversão, não tanto confiando em
nossas forças, mas no amor do Pai revelado por Jesus, que ao entregar a Sua
vida nos apresenta essa dádiva de salvação.
8. Quem sabe esse contínuo debruçar-se
sobre a Sagrada Escritura nos ajude a compreender melhor o mistério maior de
Deus que nos envolve e nessa escuta nos decidamos a abraçar os seus
mandamentos.
Pe. João Bosco Vieira Leite