(Gn 37,3-4.12-13.17-28; Sl 104[105]; Mt 21,33-43.45-46)
2ª Semana da
Quaresma.
O ciúme é um gerador de situações
conflituosas e até violentas. E assim a liturgia nos oferece essa narrativa da
maneira como os irmãos se livraram de José vendendo-o ao Egito. Conhecemos a
narrativa que nos diz do modo como Deus acompanha o desenrolar da história
humana e vai conduzido essa mesma história muitas vezes obscura. Lança-se um
olhar sobre a paixão de Jesus a partir do mesmo sentimento compartilhado pelas
autoridades religiosas de seu tempo, já que Jesus, como José, não lhes causara
nenhum mal. O salmo 105,16-21 nos lembra alguns elementos dessa saga, apesar de
olhar a história de um modo mais amplo. Na oração do povo de Deus, sempre
esteve presente a recordação dos prodígios divinos em favor do seu povo: “A
maioria de nós tem memória curta. Não lembramos quem ganhou o campeonato de futebol
do ano passado ou até mesmo o que almoçamos há dois dias. Uma memória curta
pode não ser um problema quando se trata de futebol ou comida, mas pode ser
desastrosa quando se trata de Deus e do que ele fez. É por isso que os
escritores da Bíblia eram tão preocupados em fazer com que o povo de Deus
lembrasse os feitos poderosos do Senhor. O salmo 105 não é simplesmente uma
história escrita para nos colocar para dormir. É uma revisão maravilhosa de
Deus em favor do seu povo. [...] Na linguagem da Bíblia, lembrar não é apenas
algo que fazemos na cabeça. O chamado para lembrar implica fazermos
efetivamente algo com o que vem à mente. As pessoas que cantam o salmo 105
deveriam ir embora transformadas. Com base no passado, vivemos de forma
diferente hoje – e amanhã” (Douglas Connelly - Guia Fácil para
entender Salmos - Thomas Nelson Brasil).
Pe. João Bosco Vieira Leite