Quinta, 06 de julho de 2017

(Gn 22,1-19; Sl 114[115]; Mt 9,1-8) 
13ª Semana do Tempo Comum.

Certamente esse é um dos episódios mais comoventes e desafiadores à nossa compreensão no panorama da fé de Abraão, desafiando qualquer lógica comum. Tão absurdo quanto a entrega de Jesus por nós, que não foi interrompida na última hora. “Abraão, que no início da sua caminhada tinha respondido a Deus renunciando às suas raízes, agora renuncia ainda mais radicalmente ao futuro recebido como fruto da promessa do próprio Deus, com um gesto antitético ao do antigo Adão, que tinha lançado mão daquilo que não lhe pertencia. Abraão estende a mão para restituir a Deus aquilo Ele lhe tinha dado, e que neste ato de abnegação total se torna verdadeiramente seu, e seu para sempre” (Giuseppe Casarin - Lecionário Comentado - Paulus). É bom recordar que em meio a culturas que sacrificavam seus filhos, este fato irá figurar para Israel como uma proibição de tal ato. Este mesmo fato do evangelho que é narrado por Marcos e Lucas, possui nestes uma certa dramaticidade; mesmo sendo sóbrio em sua narrativa, fica para nós a situação de prostração gerada pelo pecado. Há uma palavra libertadora que nos dá a certeza do perdão divino e nos convida a levantar e seguir adiante. A vida não pode ficar bloqueada.


Pe. João Bosco Vieira Leite