Quinta, 22 de dezembro de 2016

(1Sm 1,24-28; Sl 1Sm 2; Lc 1,46-56) 
4ª Semana do Advento.

Hoje, desse clima da realização do mistério da encarnação do Verbo, o cântico de Maria faz eco ao canto/oração de Ana, no Antigo Testamento. Elas sabem que o filho que delas nasceu não lhe pertence, um é dom e o outro é o próprio Deus. Uma experiência materna marcada pelo desapego e pela consciência de serem humildes instrumentos do Senhor, apenas servas. Muitos pais só aprendem à duras penas que Deus tem o direito de reservar para si alguns homens e mulheres para a seu serviço, para perceberem que também a paternidade e maternidade é uma participação nos planos divinos para manifestar os seus favores não a uns poucos, mas a muitos que Deus deseja salvar. Essas mulheres da liturgia de hoje podem nos deixar desconcertados em nossa visão limitada das coisas. Todo apego traz consigo muitos sofrimentos. A joia de nossa liturgia de hoje é o canto de Maria, uma expressão sintética de toda esperança do povo de Deus, onde Ele revela os verdadeiros valores que devem reger esse mundo, e que quando tudo parece ser estranhamente impossível, fatos vão mudando nossa perspectiva da percepção silenciosa da ação de Deus em nossa história. “Canta, canta, povo de Deus”. 


 Pe. João Bosco Vieira Leite