(Is 7, 10-14; Sl 23[24]; Rm 1,1-17; Mt 1,18-24)
1. A liturgia desse domingo se serve do
texto do profeta Isaias em sua contenda com o rei Acaz, para trazer à tona
promessa da fidelidade divina para com seu povo. O filho da virgem aqui
mencionado é o Ezequias, filho de Acaz que teve um reinado melhor que o do pai
e assim pôde recuperar a certeza de que Deus caminhava com seu povo (Emanuel).
2. Mesmo assim, o povo continuava a
esperar alguém que recuperasse a realeza davídica naquilo que ela tinha de mais
característico: o zelo do pastor. Por isso Mateus retoma, na introdução do seu
evangelho, a promessa do Emanuel, dando o seu significado: “Deus está conosco”.
3. Se João Batista foi reconhecido por
Jesus no domingo anterior a partir do seu testemunho e missão, Paulo, na
ausência de quem o faça, se apresenta na sua carta aos Romanos. Ele expressa a
sua alegria de poder testemunhar a Cristo e sua vocação. É um convite a
alegrar-nos pela nossa vocação cristã e um lembrete do nosso testemunho
pessoal.
4. A concepção de Jesus, no evangelho
de Mateus se apresenta num quadro um pouco dramático, pois Maria se encontra
grávida, antes de habitar com José. Mateus não nos traz detalhes, apenas se
concentra na figura de José e do modo como o ser ‘justo’ ganha um novo sentido
a partir do seu chamado.
5. Mateus tenta nos informar e
confirmar que Jesus era legítimo herdeiro do trono de Davi, conforme a promessa
do profeta Isaias que escutamos na 1ª leitura. É bom estarmos atentos, pois
essa presença de Jesus, como Deus conosco é quase um refrão no evangelho de
Mateus, pois ao final de sua narrativa, lembra que Jesus estará conosco até o
fim dos tempos.
6. Assim, na obediência e na confiança,
José pode aceitar ser o pai de Jesus e, comungando da virgindade de Maria como
uma atitude de abertura e disponibilidade para Deus, os dois farão um caminho
novo. Na vida desse casal se confirma o modo novo e inesperado de Deus agir,
quando existe abertura, disponibilidade para Deus, a esperança de renovação se
faz presente. É quase Natal, abramos também nós nossa casa, nosso coração, e
deixemos que sua palavra inunde de luz o nosso viver e que seja sempre Deus
conosco.
Pe. João Bosco Vieira Leite