(1Jo 1,5—2,2; Sl 123[124]; Mt 2,13-18)
Oitava de Natal.
Santos
Inocentes.
Jesus é luz, caminhar sob a Sua luz e
deixar iluminar a existência na consciência das próprias falhas e pecados, pois
foi por causa de nossos pecados que Ele entregou a Sua vida. Assim a nossa vida
pode ser lida sob a ótica da luta entre a Luz e as trevas que se acercam de
nossa existência cada vez que tentamos ‘escapar’ dessa presença de Deus. Viver
na verdade de nossa condição humana e filial nos ajuda a escapar do ‘laço que
lhe armara o caçador’, reza o nosso salmo. Pesa uma grande dúvida sobre a
historicidade desse fato da matança dos inocentes, mas não há nenhuma dúvida da
catequese a respeito de Jesus que Mateus faz a partir dessa narrativa, que nos
recorda a ida de José para o Egito e a ação posterior de Moisés, o grande líder
da libertação do povo de Deus, salvo da morte decretada aos meninos hebreus. A
comparação não poderia ser mais evidente, já que nosso autor escreve para uma
comunidade cristã de origem judaica. À luz do passado se interpreta o fato
novo. Aqui também teríamos que transcender a mera narrativa em nossa oração
para recordar as milhares de crianças em fuga ou massacradas pelas guerras, ou
mesmo condenadas à morte pelo contexto em que vive, pelo abandono, pela falta
de assistência. Nosso futuro continua ameaçado. Qualquer ação que amenize esse
impacto tem seu eco no amanhã de nossa sociedade.
Pe. João Bosco Vieira Leite