(Is
35,1-6a.10; Sl 145[146]; Tg 5,7-10; Mt 11,2-11).
1. Ao convite alegre do profeta dirigido ao seu
povo, a liturgia da Igreja nos convida à alegria das festas que se aproximam.
Não uma alegria qualquer, mas da força renovadora que a fé em Jesus foi capaz
de provocar em nós. Tudo o que o profeta sonhou para o seu povo se fez presente
na obra de Jesus.
2. É um apelo que a liturgia faz, pela força da
palavra divina, a não nos acomodarmos, nem desanimarmos. Deus pode fazer
crescer um jardim no deserto, se estivermos dispostos a caminhar com Ele.
3. O convite de Tiago reforça a ideia central da
nossa celebração. Aos pobres de seu tempo convida a manterem-se firmes, outras
traduções trazem a palavra ‘paciência’. Particularmente quando a gente já
tentou de tudo que nos seria possível. A imagem da persistência do agricultor
ilustra a sua fala. Esperar em Deus, é a sua proposta. Na realidade a intenção
do autor é que aquele que se sente cansado e injustiçado esteja atento para não
deixar que a violência o domine, nem desconte nos que estão mais próximo a sua
frustração.
4. João Batista nos foi apresentado no domingo
anterior; num dado momento do seu ministério apontou a Jesus como o Cordeiro de
Deus, o Messias prometido. Ele se encontra na prisão e através dos discípulos
ouve falar de seu modo misericordioso de ser e agir e se pergunta: “Será esse
mesmo cujo caminho vim preparar?”.
5. Sua dúvida nasce de sua interpretação da ação de
Deus em seu enviado. Ele esperava alguém com ações mais enérgicas, para
purificar seu povo dos pecados. Jesus serenamente indica aos discípulos de João
o modo como tem agido; ressonância das palavras do profeta Isaias, para
reforçar uma ideia: Deus vem para salvar, não para condenar!
6. Também nós, vez ou outra, pensamos como João.
Deus bem que poderia ter uma mão mais firme em relação a certo proceder humano.
A resposta para nós é a mesma: Deus não pode ser medido pelos nossos
sentimentos ou pela nossa lógica ou pelo senso de justiça que nos rege. Em
Jesus percebemos claramente tudo isso.
7. É normal que fiquemos perplexos com o agir
divino, que incertezas nos rondem. Só os fanáticos carregam como uma certeza
absoluta o seu modo de pensar.
8. Antes que depreciemos a figura de João por sua
fraqueza de fé ou má compreensão do agir divino, Jesus discorre sobre a sua
figura, salientando suas qualidades de profeta. Não vai ao sabor dos ventos,
não é oportunista nem se dobra aos poderosos. Mantém sua liberdade de
consciência, nem anda atrás de riquezas.
9. Ao final Jesus diz que ele continua sendo o
menor no reino dos céus; quem sabe seja na perspectiva daqueles pequenos a quem
o Pai é capaz de revelar os seus segredos; A quem se revela como a uma criança
que não tem uma ideia formada, fixa, mas está aberta ao novo, ao que há de vir.
Ele pode não ser o maior, mas busca ter uma melhor visão das coisas e do
próprio Deus.
Pe. João Bosco Vieira Leite