(Is 58,1-9; Sl 50[51]; Mt 9,14-15)
Depois das Cinzas.
“Acaso o jejum que
prefiro não é outro: quebrar as cadeias injustas, desligar as amarras do jugo,
tornar livres os que estão detidos, enfim, romper todo tipo de sujeição?” (Is 58,6).
Desde sempre vivemos essa ‘briga’ de compreendermos bem o que significa jejuar
e seu real valor. Talvez o autor sagrado aqui o tome na dimensão de sacrifício
oferecido a Deus. Assim entendido, que sacrifício seria maior que sair de nós
mesmos para nos envolvermos com as situações (e pessoas) que nos cercam? O
jejum serve também como exercício de autodomínio e reeducação de pontos que em
nós precisam voltar aos eixos. Mas tudo isso deve ser praticado em clima de
oração, pois precisamos de uma luz que guie o nosso agir e de uma graça
especial para sermos pessoas um pouco melhores. Não se desespere, nem se
inquiete se as coisas ainda não mudaram de forma significativa. Leva-se uma vida para mudar um coração: “Meu
sacrifício é minha alma penitente, não desprezeis um coração arrependido!” (Sl
50,19).
Pe. João Bosco Vieira Leite