(Sb 2,1.12-22; Sl 33[34]; Jo 7,1-2.10.25-30)
4ª Semana da Quaresma.
A perseguição sofrida por Cristo já era
protagonizada pelo justo no Antigo Testamento: “Se de fato, o justo é
‘filho de Deus’, Deus o defenderá e o livrará das mãos dos seus inimigos. Vamos
pô-lo à prova com ofensas e torturas, para ver a sua serenidade e provar sua
paciência; vamos condená-lo a morte vergonhosa, porque, de acordo com suas
palavras, virá alguém em seu socorro” (Sb 2,18-20), a descrição não
podia ser melhor ao que nos propõe os evangelhos. Mas a paixão de Cristo
transcendeu esse simples retrato deixando-se matar sem que um socorro imediato
lhe ocorresse. Ocorreu sua confiança em Deus, em meio as suas
tribulações: “Do coração atribulado ele está perto e conforta o
espírito abatido. Muitos males se abatem sobre o justo, mas o Senhor de todos
eles os liberta” (cf. Sl 33[34]). Deus pode não responder do modo
exato que pensamos ou desejamos, mas nunca deixa de responder, para Jesus seu
silêncio foi inquietante, mas suficiente para saber que não estava sozinho e em
suas mãos podia entregar o seu espírito.
Pe. João Bosco Vieira Leite