(Jr 18,18-20; Sl 30[31]; Mt 20,17-28)
2ª Semana da Quaresma.
“Acaso pode-se
retribuir o bem com o mal? Pois eles cavaram uma cova para mim” (Jr 18,20). É o Jeremias
perseguido que lança luzes sobre a paixão que Cristo irá sofrer por mãos dos
sumos sacerdotes e mestres da lei, “Eles o condenarão à morte e o
entregarão aos pagãos para zombarem dele, para flagelá-lo e crucificá-lo” (Mt
20,17-28); o pedido da mãe dos filhos de Zebedeu fica em segundo plano,
ainda que tanta insensibilidade por parte dos discípulos seja gritante. De
qualquer modo, seja na paixão de Jeremias ou de Jesus a fé nos faz provar, em
graus diversos a rejeição por parte de alguns, ainda que tenhamos praticado o
bem para com este. Há algo de misterioso nessa erva daninha que cresce no
coração humano e o faz ir contra o semelhante, ainda que este não lhe tenha
feito nenhum mal. Mas há um princípio que não podemos esquecer: o bem que me
fazem traz à luz minha incapacidade de fazer o mesmo. Minha reação pode ser
positiva ou negativa. “Em vossas mãos, Senhor, entrego meu espírito,
porque vós me salvareis, ó Deus fiel! ” (Sl 31,6).
Pe. João Bosco Vieira Leite