(Jó 1,6-22; Sl 16[17]; Lc 9,46-50)
26ª Semana do Tempo Comum.
Chegamos a um dos mais interessantes
escritos dessa coleção sapiencial, uma história fictícia de um sujeito chamado
Jó que é atingido por uma série de desgraças. Embora desconhecendo que Deus o
colocava à prova, ele se mantém fiel, como veremos. O livro não foi escrito
para explicar o enigma do sofrimento injusto ou mesmo do mal. Mas mostrar como
o ser humano perplexo se coloca diante de Deus. O sofrimento lhe permite passar
de uma religiosidade tradicional para uma profunda experiência de fé.
Mesmo tendo manifestado aos seus
discípulos a sua paixão por vir, os discípulos parecem insensíveis ao começar
entre eles uma discussão para saber quem é o mais importante. Jesus lhes revela
suas reais intenções de dominarem uns sobre os outros. A criança apresentada
por Jesus como símbolo do verdadeiro discípulo fala da capacidade de se tornar
pequeno pelo serviço ao outro, como fez o próprio Jesus. Mas eles ainda
continuam sem entender, pois estão preocupados com um exorcista que não faz
parte do grupo. Jesus lhes explica que ele não está roubando o lugar de
ninguém, apenas se soma aos que tem fé na sua pessoa para expandir a ação do
reino. Veja que nos textos que estamos acompanhando Jesus e seus discípulos
estão em planos diferentes, não aceitando nada do que Jesus lhes fala. Esse
desejo de reconhecimento, dos primeiros lugares, gera sofrimento humano e
destrói a comunidade. Peçamos ao Senhor o discernimento necessário para não
cairmos nessa armadilha. Que a Sua palavra me mantenha desperto.
Pe. João Bosco Vieira Leite