(Mq 5,1-4; Sl 70[71]; 12[13]; Mt 1,1-16.18-23)
Natividade de Nossa
Senhora
Para o dia de hoje, veja o comentário litúrgico do ano anterior. Nesse dia em que celebramos a festa do nosso pequeno
santuário dedicado a Nossa Senhora Menina (Lagarto também celebra sua
padroeira, se não me falha a memória – N. Sra. da Piedade - e Curitiba, sob o
título de N. Sra. da Luz) gostaria de reproduzir esse texto que considerei bem
construído e pertinente para nossa compreensão dessa festa: “Os momentos principais
na vida Virgem são comemorados pela Igreja (tanto no Ocidente como no Oriente)
com solenidades litúrgicas, no decurso do ano. Neste dia se celebra o seu
nascimento. O nascimento de Maria resume a longa preparação e o início da
realização da promessa messiânica. Em Maria, filha do povo de Israel, o amor de
Deus se projeta sobre toda a humanidade. Nesse projeto divino ela é a conexão
entre o antigo e o novo pacto. Maria foi concebida como todos os filhos de
Adão, mediante a relação conjugal dos seus genitores. Só Jesus fará exceção à
ordem da natureza. Maria viu a luz neste mundo conforme esta ordem, se bem que
nela houvesse a plenitude da graça desde o primeiro instante da concepção. Mas
o olhar da menina Maria, diz Bernanos, ‘é o único verdadeiramente infantil, o
único olhar de criança que jamais se levantou sobre nossa vergonha... Olhar
inconcebível, inexprimível, que a torna mais jovem que o pecado, mais jovem do
que a estirpe da qual saiu’. Por ser Deus quem se refletia naquele olhar de
menina, este era imensamente superior ao de todos os outros santos. Uma
santidade em crescendo, como será a de seu divino Filho, que ‘crescia em idade
e graça’ mediante aquela aceleração no progresso espiritual – como diz são
Tomás – semelhante à lei da queda do corpo no vácuo. Isso porque quanto mais
uma alma caminha para Deus, mais celeremente Deus a atrai. Essa menina é
,pois, o verdadeiro protótipo da criação, como tinha saído de suas mãos ‘na
aurora de seu esplendor original’. E neste dia a Igreja universal se curva, em
reverente contemplação, sobre o berço de Maria menina, para admirar nela a
intata beleza da qual era revestida a criatura antes do pecado” (Mario Sgarbosa
– Os Santos e os beatos da Igreja do Ocidente e do Oriente –
Paulinas).
Pe. João Bosco Vieira Leite