Quarta, 28 de setembro de 2016

(Jó 9,1-12.14-16; Sl 87[88]; Lc 9,57-62) 
26ª Semana do Tempo Comum.

O texto dá um salto significativo e nos aparece depois dos questionamentos feitos pelos amigos. Jó tende a responder sob um antigo esquema religioso que Deus não pode encontrar o homem no caminho do sofrimento. A conclusão de Jó diante de sua consciência de não haver cometido nada de grave, ventila a possibilidade de uma ação arbitrária de Deus e, assim sendo, não só é impossível prever o que fará como travar com Ele um diálogo que conduza a uma compreensão lógica. O salmo acrescenta o tom de oração de clamor do homem vivo; a oração continua sendo o único canal para expressar as inquietações do coração.

O texto do evangelho ‘desmonta’ ou desestimula qualquer forma de seguimento que não esteja marcado pelo selo da provisoriedade do caminho, do desapego do que mais amamos e do saudosismo que impede de viver o novo. O que pode soar como radicalismo por parte de Jesus é apenas uma advertência para que não haja nenhum lamento quando tais atitudes forem necessárias ao longo do caminho.


Pe. João Bosco Vieira Leite