(1Cor 5,1-8; Sl 5; Lc 6,6-11)
23ª Semana do Tempo Comum.
Paulo se vê diante de um caso incomum:
alguém está vivendo maritalmente com a própria madrasta. Num primeiro momento
Paulo pede uma mudança de comportamento; depois o afastamento da comunidade
para que seu estilo de vida não inspire outros a pensar que está tudo bem. Pode
nos soar um tanto forte as palavras do apóstolo, mas para uma comunidade que
está dando os seus primeiros passos o zelo do apóstolo não podia ser melhor
para que não comece, mas algo que tem um fim excelso: a vida de comunhão com
Deus que exige pureza também nas atitudes.
Jesus cura um homem cuja mão direita
está atrofiada (seca), isso não seria problema se não fosse um sábado. Mas
Jesus coloca o homem no centro e desafia aqueles que o observam a perceber a
verdadeira vontade de Deus; “Quando Jesus cura o homem, ele o restabelece assim
como Deus o criou, na sua beleza original e na sua bondade. Por isso as curas
mais importantes, em Lucas, acontecem no sábado, no dia em que Deus descansou
da sua Criação. Mas existe ainda um outro motivo pelo qual Lucas coloca as
curas sabáticas no centro de sua teologia da cura. No domingo os cristãos se
reúnem para partir o pão em comunidade e para celebrar, no culto, aquele que
outrora, na história, curou e reergueu os doentes. Na liturgia, a atuação sanadora
de Jesus se torna presente. Por isso Lucas nos diz que o povo reagiu à cura do
paralítico com as palavras: ‘hoje vimos coisas maravilhosas’ (Lc 5,26). O que
aconteceu então acontece ‘hoje’, quando os cristãos se reúnem no culto
dominical. A Eucaristia é o momento de cura. E a leitura, a meditação sobre a
narrativa evangélica podem se tornar o momento em que nós, como leitores, nos
tornamos participantes da cena da cura, que Lucas, com as suas palavras, nos
coloca diante dos olhos” (Anselm Grun – Jesus, modelo do ser humano –
Loyola).
Pe. João Bosco Vieira Leite