(1Cor 7,25-31; Sl 44[45]; Lc 6,20-26)
23ª Semana Comum.
Olhando assim, grosso modo, o conselho
do apóstolo quanto ao matrimônio soa um pouco estranho, como se, indiretamente,
ele exaltasse a vida celibatária. Me parece que não se trata disso, mas de uma
visão do tempo presente a partir da vinda de Cristo e daquilo que nos ensinou.
Com relação à vida eterna, tudo é relativo, inclusive os laços afetivos que
construímos. É claro que não podemos amar como se não amássemos. A questão é
não prender o coração, deixa-lo livre para a hora de seguir o Esposo e entrar
com Ele para as núpcias, nos inspira o salmo nessa imagem.
As bem aventuranças em Lucas aparecem
de modo mais breve e seguidas de uma série de advertências pontuais para
aqueles que não as abraçam, no sentido na necessidade de Deus em nossa vida, de
um modo geral. “Proclamando as bem aventuranças, Jesus não propõe uma religião
que adormece a consciência dos pobres, dos aflitos, assegurando-lhes um futuro
feliz. Ele nunca convidou a pensar apenas no depois, mas deu pão a quem tinha
fome, consolou eficazmente os aflitos, acolheu os marginalizados, curou os
doentes, jamais se vingou das rejeições ou ofensas recebidas. Proclamando ‘bem
aventurados’ os pobres, Jesus revela que o Pai é sensível à dor, à pobreza do
homem. Crer num Deus que vem sempre ao encontro dos pobres comporta que nos
tornemos, também nós, sensíveis à pobreza do homem, tenhamos compaixão,
entendida como participação na dor alheia” (Giuseppe Casarin – Lecionário
Comentado – Paulus).
Pe. João Bosco Vieira Leite