(Jr 1,4-10; Sl 70[71]; 1Pd 1,8-12; Lc 1,5-17) Natividade São João Batista.
“... eu te farei luz das nações, para
que minha salvação chegue até os confins da terra” Jr 1,5.
“Neste
segundo canto do servo de JHWH é o próprio servo que toma a palavra e traça uma
breve biografia de si próprio e da sua atividade. Dirige-se às ‘terras de Além-
Mar’, imaginadas nas extremidades do mundo inteiro (v. 1). Apresenta o seu
chamamento desde o seio materno, a proteção divina que recebeu e a glória
divina que Deus quer manifestar através dele (vv. 1-3). Mudando de argumento, o
servo recorda a sua fadiga e insucesso (v. 4). Deus, como resposta, confia-lhe
uma missão ainda mais ampla (vv. 5-6). [Compreender a Palavra:] A tradição
cristã interpreta, e com razão, este canto referindo-o à pessoa e à obra de
Jesus. Surpreende, à primeira vista, que a liturgia hodierna o aplique a João
Batista. Também Paulo se serviu do início deste trecho para apresentar a sua
vocação e missão (cf. Gl 1,15) enquanto, segundo a mentalidade hebraica, o
enviado se coloca na mesma linha de quem o envia. Deus confia a João Batista a
missão de apontar às multidões, ‘Eis o Cordeiro de Deus, eis Aquele que tira o
pecado do mundo!’ (Jo 1,29), de Lhe administrar o Batismo (cf. Mt 3,13-17), de
se colocar, em determinado momento, de parte: ‘É preciso que Ele cresça e eu
diminua’ (Jo 3,30)” (Giuseppe
Casarin – Lecionário Comentado [Tempo Comum I] –
Paulus).
Pe.
João Bosco Vieira Leite