Sexta, 01 de janeiro de 2016


(Nm 6,22-27; Sl 66[67]; Gl 4,4-7; Lc 2,16-21) 
Santa Maria, Mãe de Deus.

1. Voltamos ao clima da noite de 24 de dezembro e nos encontramos com José, Maria e o Menino. Nosso encontro litúrgico quer situar-nos nessa presença divina ao começo de mais um ano, como o temos feito sempre ao longo do ano que findou e pedimos a Virgem Maria que lance um olhar de misericórdia sobre nós e nos ajude nessa travessia.
2. A 1ª leitura está ligada ao fato de celebrarmos o 1º dia do ano: é a bênção de Deus que buscamos para vivermos esse novo, com as expressões do Antigo testamento que foi retomada por Francisco de Assis e passou a ser conhecida como bênção desse nosso santo (desconhecer as Sagradas Escrituras criam vários equívocos). 
3. Essa bênção, mesmo antiga, tem seu valor, tanto que inspirou as bênçãos solenes de nossas celebrações em seu aspecto tripartido. Três é um número perfeito, como o próprio Deus é perfeito, nada mais perfeito do que começarmos assim...
4. Nessa progressão do conhecimento de Deus, de experiência de fé e comunhão, é Jesus a própria bênção de Deus para nós com sua presença; mais que um nome, temos uma pessoa que está em nosso meio e que é para nós o rosto humano de Deus: “quem me vê, vê o Pai”, dirá Ele mesmo.
5. Sim, a face de Deus brilhou para nós de um modo novo e inesperado. A bondade e fidelidade de Deus se revelam para nós em uma pessoa cujas palavras e ações conhecemos. Por Ele aprendemos a chamar a Deus de Pai. Seu Espírito reza em nós e nos coloca nessa dinâmica da comunhão trinitária, nos diz Paulo. Esta é a bênção maior que recebemos: aquele que nasceu para nos salvar, também se sacrificou por nós.
6. A bênção passa ser mais que uma pessoa em meio a nós, pelo Espírito ela vive em nós. Ele suscita em nós essa consciência de que somos Filhos de Deus, que Ele mesmo nos desejou e seguiremos guardados por Ele ao longo desse novo ano. Essa consciência afasta de nós o medo e nos permite avançar, porque em tudo isso que vivemos no passado somos mais que vencedores, graças Àquele que nos amou.
7. Mesmo tendo presente a Virgem que nos traz o Menino e o glorioso São José, a liturgia da palavra nos revela a verdadeira bênção de hoje e sempre que nos vem pelo Pai (1ª leitura), pelo Filho (Evangelho) e pelo Espírito Santo (2ª leitura).
8. Abramos largamente o coração neste primeiro dia do ano, não só por nós mesmos, mas por todo mundo que espera as bênçãos de Deus.
9. Lucas salienta a atitude silenciosa de Maria em seu evangelho: “Maria guarda as palavras no seu coração; ela as interpreta, a fim de entender o que aconteceu. Mas não se trata de uma compreensão intelectual, e sim de um movimento da palavra divina dentro do coração, de uma interpretação clara e acertada do agir divino, no nível do sentimento. É assim que devemos ponderar no nosso coração a história do nascimento de Jesus. Devemos deixa-la mover-se, para cá e para lá, até que a nossa sensibilidade saiba acompanhar a misteriosa oscilação do amor divino, que no nascimento de Jesus invadiu a história, aparecendo visivelmente para nós”. (Anselm Grun – “Jesus, modelo de ser humano” – Loyola).


Feliz Novo Ano com a bênção de Deus!

Pe. João Bosco Vieira Leite