(2Sm 7,4-17; Sl 88[89]; Mc 4,1-20)
3ª Semana do Tempo Comum.
Retomamos a leitura do Livro de Samuel.
Davi já é rei de Israel e tem a justa iniciativa de construir um templo para
abrigar a Arca da Lei. Deus envia Natã para esclarecer qual é a sua vontade.
Por um lado, deixar que a Arca continue habitando em tendas significa não
permitir a história deste povo que foi nômade e com o qual a relação foi sendo
construída ao longo do caminho. Por outro lado a palavra “casa” segue
apenas a um jogo de palavras que anuncia a descendência davídica. Quem fará
história é o próprio Deus em sua fidelidade e não Davi. O que seria permitir a
Deus construir a nossa “casa”, “edificar” a nossa história?
Jesus conta a parábola do semeador e dá
aos seus discípulos mais próximos a chave de leitura para que compreendam a
força das circunstâncias em que a sua pregação viverá a partir das aventuras da
semente em busca de um solo fecundo. As parábolas de Jesus conservam um fundo
enigmático. “Hoje, essa afirmação nos parece estranha. Mas é dessa maneira que
Marcos justifica o número reduzido de pessoas que acreditam em sua mensagem.
Tudo permanece enigmático para aqueles que não adotaram o caminho proposto por
Jesus. É uma palavra consoladora para nós que vivemos hoje. Muitos cristãos
sofrem com o fato de serem tão poucos os que se abrem à mensagem de Jesus. Quem
está do lado de fora, quem não entrou no Reino de Deus, quem não está em
contato com seu mundo interior, com sua alma, não pode entender as palavras de
Jesus. Elas continuam enigmáticas até que Deus mesmo toque o coração do
indivíduo para abri-lo ao mistério de sua palavra” (Anselm Grun – “Jesus,
Caminho para a Liberdade” – Vozes)
Pe. João Bosco Vieira Leite