Quarta, 27 de janeiro de 2016


(2Sm 7,4-17; Sl 88[89]; Mc 4,1-20) 
3ª Semana do Tempo Comum.

Retomamos a leitura do Livro de Samuel. Davi já é rei de Israel e tem a justa iniciativa de construir um templo para abrigar a Arca da Lei. Deus envia Natã para esclarecer qual é a sua vontade. Por um lado, deixar que a Arca continue habitando em tendas significa não permitir a história deste povo que foi nômade e com o qual a relação foi sendo construída ao longo do caminho.  Por outro lado a palavra “casa” segue apenas a um jogo de palavras que anuncia a descendência davídica. Quem fará história é o próprio Deus em sua fidelidade e não Davi. O que seria permitir a Deus construir a nossa “casa”, “edificar” a nossa história?

Jesus conta a parábola do semeador e dá aos seus discípulos mais próximos a chave de leitura para que compreendam a força das circunstâncias em que a sua pregação viverá a partir das aventuras da semente em busca de um solo fecundo. As parábolas de Jesus conservam um fundo enigmático. “Hoje, essa afirmação nos parece estranha. Mas é dessa maneira que Marcos justifica o número reduzido de pessoas que acreditam em sua mensagem. Tudo permanece enigmático para aqueles que não adotaram o caminho proposto por Jesus. É uma palavra consoladora para nós que vivemos hoje. Muitos cristãos sofrem com o fato de serem tão poucos os que se abrem à mensagem de Jesus. Quem está do lado de fora, quem não entrou no Reino de Deus, quem não está em contato com seu mundo interior, com sua alma, não pode entender as palavras de Jesus. Elas continuam enigmáticas até que Deus mesmo toque o coração do indivíduo para abri-lo ao mistério de sua palavra” (Anselm Grun – “Jesus, Caminho para a Liberdade” – Vozes)

  

Pe. João Bosco Vieira Leite