(2Sm 11,1-10.13-17; Sl
50[51]; Mc 4,26-34)
3ª Semana do Tempo Comum.
Esta é a mais triste página do reinado de Davi, que
não foi ocultada pelos historiadores. Davi comete três erros seguidos: não vai
à guerra com seus soldados, deita-se com a mulher de Urias e provoca a morte de
Urias em decorrência da gravidez de Betsabeia. Uma vida abençoada também pode
ter seus momentos de distração com relação às bênçãos recebidas e a resposta a
ser dada. Davi tem muito a aprender com os seus erros...
Jesus acrescenta duas parábolas ao seu discurso
para comparar o processo de desenvolvimento do Reino. Talvez seja ele mesmo a
semente oculta na terra, que o próprio Deus se encarrega de fazer acontecer, ou
a semente insignificante de mostarda que se transformará numa grande árvore.
Olhando o movimento da vida e da natureza “Jesus teve que ensiná-los a ‘captar’
a presença salvadora de Deus de outra maneira, e começou sugerindo que a vida é
mais do que aquilo que se vê. Enquanto nós vamos vivendo de maneira distraída a
coisas aparentes da vida, algo misterioso está acontecendo no interior da
existência. Jesus lhes mostra os campos da Galileia: enquanto eles andam por
aqueles caminhos sem ver nada de especial, sob estas terras está ocorrendo algo
que transformará a semente semeada em bela colheita [...]. Assim sucede com o
reino de Deus. Sua força salvadora já está atuando no interior da vida,
transformando tudo de maneira misteriosa. Será a vida como Jesus a vê? Estará
Deus atuando silenciosamente no interior de nosso próprio viver? Estará aí o
segredo último da vida?” (José Antônio Pagola – “Jesus, aproximação histórica”
– Vozes).
Pe. João
Bosco Vieira Leite