Sexta, 22 de janeiro de 2016


(1Sm 24,3-21; Sl 56[57]; Mc 3,13-19)

Davi cria em torno assim um grupo de simpatizantes que juntamente com ele deve manter-se longe de Saul. Este, com seus altos e baixos comportamentais, busca matar Davi. A cena de hoje contrapõe o caráter de Davi ao de Saul, fazendo brotar dos lábios deste todo reconhecimento da grandeza da personalidade de Davi em relação à sua capacidade de reinar. Mas as coisas não são assim tão simples. Saul ainda fará das suas em seu caráter bipolar.

Por vezes somos levados a agir pela nossa humanidade naquilo que julgamos ser o nosso direito. Davi tinha esse direito de reagir à perseguição de Saul de modo a defender a sua vida. Mas Davi pensa a partir do olhar e da perspectiva divina, reconhecendo a escolha e a dignidade de Saul dentro do povo de Deus. Esse olhar o faz rever a sua ação. Também nós, que nos dizemos cristãos e filhos de Deus, deveríamos ser capazes de rever nossas atitudes a partir do olhar divino. Ser misericordiosos como o Pai é um desafio para o nosso caminhar na fé. O convite pode ser bonito como “slogan”, mas a conversão é dura e complicada. 

Jesus escolhe aqueles que deverão ficar com Ele, aprenderem dele, que tem um coração manso e humilde, e depois enviá-los. Marcos fala que Jesus sobe a montanha, lugar simbólico da presença de Deus, de busca, de elevação, dispensando de comentar o ato de orar ao Pai que sempre marcou as escolhas de Jesus. Façamos da oração também nossa atitude de recolhimento e reflexão diante das decisões importantes da vida que precisamos tomar. Deus abençoe o seu dia!


Pe. João Bosco Vieira Leite