Terça, 19 de janeiro de 2016

(1Sm 16,1-13; Sl 88[89]; Mc 2,23-28) Tempo Comum

Queridos amigos, estamos retomando nossas reflexões diárias da Palavra de Deus; algumas indicações importantes para nos contextualizarmos e algumas pistas que nos permitam refletir. Sempre que encontro um comentário esclarecedor ou inspirador acrescento o texto entre aspas e cito a fonte. Continuemos juntos e que a Palavra de Deus permaneça como luz em nosso caminho.

Nessas quatro primeiras semanas do Tempo Comum acompanharemos o 1º e 2º livros de Samuel, onde nos são apresentadas as três grandes figuras de Samuel, Saul e David. Já acompanhamos o chamado de Samuel a ser juiz de Israel em tempos de crise. Vimos a perda e o retorno da Arca da Aliança; a oposição de Samuel ao desejo do povo de um rei, que por fim acaba cedendo e dando-lhes um rei: Saul. Acentua-se a difícil relação entre Samuel e o rei e cria-se espaço para o anúncio do reinado do futuro Davi, ungido no texto de hoje. Temos nesse contexto uma forte crítica ao reinado humano para reafirmar a soberania de Deus sobre o seu povo. O grande problema do rei está no afastamento sistemático da Palavra de Deus; aqui podemos encontrar um “gancho” para nos perguntarmos sobre nossa fidelidade à Palavra do Senhor, que nos fez profetas, reis e sacerdotes pelo batismo.

Durante as nove primeiras semanas do Tempo Comum, acompanharemos o evangelho de Marcos. Como já perceberam, ele aparece como segundo no Novo Testamento, mas um estudo mais apurado revelou que na realidade ele é o mais antigo dos evangelhos. A 1ª coisa que Marcos nos tenta esclarecer é quem é Jesus. Ele vai nos conduzindo nesse descoberta e identificação, pois num segundo momento vai se delineando a figura do discípulo, sua dificuldades no seguimento e na percepção dos próprios obstáculos que traz no coração. Seu texto tem alguns momentos chaves que veremos mais adiante em nossa leitura e meditação.

Hoje encontramos Jesus que passa com seus discípulos por uma plantação de trigo e a fome os faz retirar algumas espigas; a fome justifica essa invasão em campos alheios, mas o problema é o sábado e as atividades que não se podem exercer nesse dia; começa aqui as controvérsias com os fariseus. Jesus deixa claro a sua compreensão da vontade de Deus para o seu humano: o sábado foi criado para o homem e por causa do homem. Se a vida corre perigo, é possível transgredir a lei, pois a rigidez da observância pode esvaziar seu verdadeiro sentido. Nós que vivemos a fé a partir de certas observâncias temos que tomar a consciência que elas são indicadores e não um fim em si mesmo. 




Pe. João Bosco Vieira Leite