(2Cor 4,7-15; Sl 115[116B]; Mt 5,27-32)
10ª Semana do Tempo Comum.
Na imagem do ‘vaso de barro’, Paulo
resume a fragilidade do ministério apostólico que se dispôs colocar como
reflexão. Mas essa pobreza traz em si algo de rico e grande que é confiado pelo
próprio Deus. Assim ele trabalha os opostos, mostrando como Deus, mesmo em meio
às dificuldades do ministério, não abandona aqueles que a Ele se entregam numa
atitude de humilde reconhecimento de suas limitações, mas honesto desejo de
servir. A fidelidade passa pelo caminho da provação, nos lembra o salmista.
Jesus joga com duas coisas importantes que dizem respeito aos relacionamentos:
a questão do desejo e do divórcio, aqui tratado sem exceções: “O caminho
para a vida verdadeira em Deus comporta um caminho difícil, pois é radical, sem
cedências a objetivos indignos de uma sequela vivificada na presença do Senhor.
Assim, o texto de hoje do Evangelho não só proíbe
absolutamente que se possa faltar à fidelidade conjugal, mesmo só com o
coração, mas com uma linguagem abertamente paradoxal exalta a salvação integral
do homem, muito para além da preservação da integridade do corpo: pode ser
necessário perder alguma coisa de si para não perder a si mesmo. Isto diz-nos claramente
que a finalidade autêntica da vida não é, na realidade, um ‘bem estar’ obtido à
força de gratificações, mas a persecução de um valor que transcende e pelo qual
vale ainda a pena sacrificar muito” (Giuseppe Casarin - Lecionário
Comentado - Paulus).
Pe. João Bosco Vieira Leite