(Gn 16,1-12.15-16; Sl 105[106]; Mt 7,21-29)
12ª Semana do Tempo Comum.
A narrativa sobre o consentimento ou
iniciativa de Sarai, mulher de Abrão, estéril, para que ele tenha descendência
através de uma escrava pode nos soar estranho, mas já era previsto da tradição
de determinados povos que praticavam a poligamia; claro que isso trazia
complicações psicológicas e dramas familiares, como veremos mais adiante (essa
situação é bem retratada no filme “Lanternas Vermelhas”). “Por vezes a
salvação toma caminhos estranhos, passa pelas tortuosidades e enfermidades da
história do homem. A opção arriscada de Sarai e depois o seu arrependimento, a
arrogância e depois a aflição de Agar tornam-se modos humanamente imperfeitos,
através dos quais, para além dos simples recursos humanos, a História da
Salvação continua tomar forma. Parece estarmos perante um caso de recurso a uma
‘barriga de aluguel’, em que o processo biológico domina sobre a dimensão
humana do amor e sobre a relação interpessoal; e a eficácia da intervenção para
fins de fecundidade não basta para realizar o bem-estar da pessoa e da família.
Mais uma vez não é o recurso humano que soluciona o problema, mas outra vez
Abrão entrega-se à vontade de Deus, que ele sabe ler na sua própria história” (Giuseppe
Casarin - Lecionário Comentado - Paulus). Jesus conclui o
sermão da montanha contestando a falsa segurança de quem julga bastar invocar o
nome do Senhor e dizer que realiza obras em seu nome sem de fato estar em
comunhão com a Palavra.
Pe. João Bosco Vieira Leite