Quinta, 29 de junho de 2017

(Gn 16,1-12.15-16; Sl 105[106]; Mt 7,21-29) 
12ª Semana do Tempo Comum.

A narrativa sobre o consentimento ou iniciativa de Sarai, mulher de Abrão, estéril, para que ele tenha descendência através de uma escrava pode nos soar estranho, mas já era previsto da tradição de determinados povos que praticavam a poligamia; claro que isso trazia complicações psicológicas e dramas familiares, como veremos mais adiante (essa situação é bem retratada no filme “Lanternas Vermelhas”). “Por vezes a salvação toma caminhos estranhos, passa pelas tortuosidades e enfermidades da história do homem. A opção arriscada de Sarai e depois o seu arrependimento, a arrogância e depois a aflição de Agar tornam-se modos humanamente imperfeitos, através dos quais, para além dos simples recursos humanos, a História da Salvação continua tomar forma. Parece estarmos perante um caso de recurso a uma ‘barriga de aluguel’, em que o processo biológico domina sobre a dimensão humana do amor e sobre a relação interpessoal; e a eficácia da intervenção para fins de fecundidade não basta para realizar o bem-estar da pessoa e da família. Mais uma vez não é o recurso humano que soluciona o problema, mas outra vez Abrão entrega-se à vontade de Deus, que ele sabe ler na sua própria história” (Giuseppe Casarin - Lecionário Comentado - Paulus). Jesus conclui o sermão da montanha contestando a falsa segurança de quem julga bastar invocar o nome do Senhor e dizer que realiza obras em seu nome sem de fato estar em comunhão com a Palavra.


 Pe. João Bosco Vieira Leite