Terça, 10 de janeiro de 2017

(Hb 2,5-12; Sl 8; Mc 1,21-28) 
1ª Semana do Tempo Comum.

Seguiremos até o mês de agosto com as nossas reflexões em torno dos dois textos da liturgia da palavra semanal para fecharmos o ciclo ímpar, iniciado em 2015. Nessas quatro primeiras semanas acompanharemos o texto da carta aos Hebreus como primeira leitura. Um texto um tanto desconhecido dos cristãos, pois não se trata tanto de uma carta, mas de um discurso solene ou uma espécie de homilia. Seu autor é um ilustre desconhecido. Era um texto a princípio atribuído a Paulo, mas desde o século III já se levantava suspeita de sua autoria. No centro de tal discurso está a pessoa de Jesus Cristo. Com a festa do batismo perdemos a sua introdução já ‘pulando’ para o capítulo segundo onde se introduz o tema da solidariedade de Cristo para com os homens pecadores, para isso ele cita o salmo oito que será utilizado como salmo responsorial; o poder concedido ao homem desde o início da criação faz uma referência ao livro do Gênesis. Se o ser humano parece não ter atingindo essa plenitude sonhada, em Cristo ela se realiza em seu ‘abaixamento’ e glorificação. Em nossa comunhão com Ele nossa humanidade é plenificada.

Marcos nos situa em Cafarnaum, na sinagoga, um sábado. Diferentemente de Lucas, não nos diz sobre que contexto Jesus faz o seu comentário, apenas nos diz de sua autoridade no falar para indicar seriedade e a coerência, a eficácia e a força de tal interpretação. O mais importante para Marcos é salientar a presença do Reino em Jesus que coloca a descoberto a ação do inimigo e este tem a intenção de revelar quem é Jesus, mas deve calar-se, pois ainda existe um caminho a ser feito, pela fé, para compreendermos quem é este que traz um ensinamento novo, que tem autoridade no falar e é capaz de expulsar os espíritos maus.
  

Pe. João Bosco Vieira Leite