(Is 49,3.5-6; Sl 39[40]; 1Cor 1,1-3; Jo 1,29-34).
1. Em alguns anos do ciclo litúrgico, a
festa do Batismo de Jesus substitui o 1º domingo do Tempo Comum. Esse domingo
do ano A se apresenta para nós como um prolongamento e aprofundamento da festa
do Batismo.
* O texto de Isaias, retirado dos
cânticos do Servo sofredor, fala-nos da vocação desse personagem, que por sua vez
a liturgia lê olhando para Jesus.
2. O texto serve também de lembrete que
todo cristão é chamado a um testemunho diante do mundo. Como Maria,
reconhecemo-nos servos do Senhor, independente da nossa vocação específica.
* Nas comunidades, no serviço aos pobres
e necessitados, essa luz vai ganhando maior expressão e vai diminuindo o efeito
das trevas ao nosso redor. Lembremos as palavras de Jesus: “Brilhe a vossa
diante dos homens”.
3. A partir desse domingo, até um pouco
antes do primeiro domingo da Quaresma, vamos acompanhar trechos dessa 1ª carta
de Paulo aos Coríntios.
* Ela vem de encontro a uma série de
problemas na comunidade trazendo um pouco de luz na sensatez e no recordar do
agir cristão pregado por Paulo.
4. Para começo de conversa, Paulo
lembra o seu chamado, a sua vocação, feita pelo próprio Jesus. Sua vocação
apostólica lhe confere a autoridade necessária diante da comunidade de fé.
* Sóstenes aparece como o responsável
pela mesma, a ele e aos demais se dirige a missiva. Ao usar o termo ‘igreja’
para se referir a comunidade, Paulo lembra que eles também são chamados,
convocados.
5. A santidade da comunidade se traduz
num estilo de vida que os diferencia dos demais não por se acharem melhores,
mas por seguirem a Jesus.
* Paulo fala dessa unidade que vai se
consolidando nas comunidades que vão surgindo ‘no nome de Jesus’. Ele está só
preparando o terreno para o que vem pela frente.
6. No seu jeito inusitado de perscrutar
o mistério de Jesus e para falar de sua missão, João, o evangelista, apresenta
a missão de Jesus a partir de uma figura cara a Israel.
* A imagem do cordeiro remonta ao tempo
da fuga do Egito, da noite da libertação. Assim ele afirma que o sangue de
Jesus nos libertará do pecado e tudo que nos conduz à morte.
7. Tal revelação nos vem dos lábios do
Batista, num texto de caráter catequético. Para chegar a tal afirmação da fé, é
necessária uma busca, um conhecimento.
* Passando do simples homem que um dia
se colocou em sua presença para receber o batismo, ele percebeu alguns sinais
que denunciava está diante de uma outra realidade.
8. Aos olhos da fé e sob a ação do
Espírito, é possível compreender melhor quem é Jesus e sua missão. Aqui se
despoja todo caráter de realeza e poder, para dar espaço a sua atitude de
entrega.
* O Batista fala do que viu como fruto
de sua busca pessoal. A fé exige de nós a capacidade de partilhar nossa
experiência de encontro. Há um testemunho que nasce da palavra e outro da vida.
Ambos deveriam caminhar bem próximos.
Pe. João Bosco Vieira Leite