(At
22,3-16; Sl 116[117]; Mc 16,15-18)
Conversão de São Paulo.
Para a nossa Igreja a figura de Paulo
tem um papel primordial no que concerne à sua expansão e estruturação ética e
moral, pois a palavra de Paulo, na força do espírito, traduziu para os cristãos
o compromisso da vivência da fé a partir da realidade primeira que surge como
consequência da fé e da evangelização: a comunidade. Suas cartas desenvolvem
toda uma teologia que aprofunda a realidade da vida nova em Cristo e sua
consequente vivência prática no mundo. A liturgia nos oferece uma apresentação
e testemunho de seu encontro com Jesus a partir do relato nos deixado por
Lucas. A luz de Jesus brilha para ele particularmente, cegando-o num primeiro
momento, para depois permitir uma melhor visão das coisas e do mistério da
ação de Deus, convertendo-se e se deixando batizar: ‘O Deus de nossos
antepassados escolheu-te para conheceres a sua vontade, veres o Justo e ouvires
a sua própria voz. Porque tu serás a sua testemunha, diante de todos os homens,
daquilo que viste e ouviste’ (At 22,14-15).
O evangelho apenas complementa aquele
mandato de Cristo feito aos seus apóstolos antes de retornar ao Pai que fossem
pelo mundo e a todos levassem a Boa Nova. O Senhor estaria com eles e com
sinais confirmaria a autoridade de suas palavras. Paulo viveu também essa
experiência de modo até mais comprometido que alguns apóstolos, dando a sua
vida pela causa do evangelho. Suas declarações de amor a Cristo ressoam em
nossos ouvidos como um desejo de um amor também assim: ‘para mim viver é
Cristo’.
Pe. João Bosco Vieira Leite