(Rm 1,16-25; Sl 18/19ª; Lc
11,37-41)
28ª Semana do Tempo Comum
Passaremos um longo período na companhia de Paulo e sua
carta aos Romanos como primeira leitura (quatro semanas). De certo modo Paulo
ousa ao enviar uma carta para uma comunidade que ele não fundou. Essa carta é
considerada uma obra-prima teológica e literária. Ela é uma apresentação
articulada do evangelho anunciado por Paulo. Ele tem consciência que sua missão
de evangelizador não depende da argumentação que usa, mas do poder de Deus. Ele
nos recorda que o projeto de Deus, de salvar a todos, já se revelou na história
de Jesus de Nazaré, e revela-se, cada dia, na história da humanidade.
Enquanto nós refletimos sobre o pensamento paulino,
acompanhamos também a Jesus que entra na casa de um fariseu para uma refeição.
Este observa que Jesus não lava as mãos e logo começa a julgá-lo. Ele aproveita
para convidar o fariseu a passar de uma religião de pureza exterior para uma
religião interior, de misericórdia, de humildade, de comunhão, de generosidade.
Os dois textos de encontram nesse apelo contínuo sobre a necessidade
de mudar de mentalidade e converter-se. Quando o coração do ser humano é
renovado pela conversão, torna-se bom, generoso, passa de uma religião de
separação para uma religião de participação, de dom, de comunhão. Acolher sua
palavra e seu convite à conversão é acolher o “poder de Deus” que nos liberta
da nossa impotência ante os males que nos subjugam.
Pe. João Bosco Vieira Leite