(Rm 8,18-25; Sl 125[126]; Lc 13,18-21)
30ª Semana do Tempo Comum.
Lembro de um professor que nos falava dessa realidade da fé,
do “já e ainda não” de nossa salvação. É verdade que contemplando certas
verdades sagradas, surge em nosso coração o desejo de que elas aconteçam de
fato, que nossa vida seja plena, que tal realização se apresse. Ela já se faz
presente em nossa vida de fé, mas ainda não é plena, sofre as contingências da
existência. Paulo diz que toda a criação também deseja ser libertada. Não sei
se Paulo tinha a consciência ecológica de nossos tempos, certamente que não,
mas seu pensamento é atual diante da realidade que contemplamos. No espírito
franciscano, toda a criação precisa ser libertada da ação predatória do homem.
É belo esse olhar contemplativo de Jesus do mistério da
presença do Reino entre nós de forma discreta, quase insignificante, como o
grão de mostrada ou mesmo o fermento na massa. O mistério que faz da pequena
semente uma grande árvore, até o pouco de fermento que leveda a massa e a faz
crescer, nos coloca no horizonte da graça divina operante no mundo, mas que
precisa do homem que tome a semente e a atire em seu jardim, da mulher que faça
a mistura. É preciso acreditar...
Pe. João Bosco Vieira Leite