Segunda, 07 de abril de 2025

(Dn 13,41-62; Sl 22[23]; Jo 8,12-20) 5ª Semana da Quaresma.

“Tu sabes que é falso o testemunho que levantaram contra mim! Estou condenada a morrer,

quando nada fiz do que estes maldosamente inventaram a meu respeito!” Dn 13,43.

“O episódio da bela e jovem Susana, insidiada por dois juízes anciãos de Israel, no tempo do exílio na Babilônia, é uma história edificante colocada como apêndice ao livro do profeta Daniel. O próprio profeta aparece nela como um jovem vidente, por meio do qual Deus manifesta a Sua justiça, ao passo que a inocente e indefesa Susana surge como símbolo da parte do povo que permaneceu fiel a Deus contra todas as seduções, mesmo contra as que provinham dos chefes prepotentes e corrompidos. A redação desta história remonta provavelmente ao século I antes de Cristo e reflete a polêmica contra os saduceus as autoridades políticas e religiosas desse tempo. [Compreender a Palavra:] Temos na narração uma condenação amarga dos chefes perversos e mentirosos, afastados de Deus e indignos da sua missão de guias do povo, condenação que lembra as palavras bem duras dos profetas (cf. Is 3,14-15; Ez 34,1-10). Mas existe também uma firme confiança no Senhor que ama os pobres e os pequeninos, defende os inocentes e nunca deixa abandonado quem coloca n’Ele a sua esperança. ‘A coisa está complicada para mim de todos os lados: se eu fizer isso, estou condenada à morte, se o não fizer, sei que não conseguirei escapar das vossas mãos. Mas eu prefiro dizer ‘Não!’ e cair nas vossas mãos do que cometer um pecado contra Deus’ (vv. 22-23), assim responde Susana aos dois anciãos malvados. Sem nenhum apoio humano, a jovem mulher enfrenta a dificílima decisão optando por morrer antes que consentir no mal. Condenada à morte, ela coloca a sua confiança unicamente em Deus que ‘conhece o que está escondido’ (v. 42). Por isso é-lhe consentido experimentar a intervenção divina, a qual, num modo surpreendente, inverte toda a situação” (Giuseppe Casarin – Lecionário Comentado [Quaresma - Páscoa] – Paulus).

 Pe. João Bosco Vieira Leite