(Gn 17,3-9; Sl 104[105]; Jo 8,51-59) 5ª Semana da Quaresma.
“Em verdade, em verdade, eu vos digo, se
alguém guardar a minha palavra, jamais verá a morte” Jo 8,51.
“Quando
Jesus falava em ‘minhas palavras’, estava contrapondo seus ensinamentos aos de
seus adversários. Onde está a divergência? As palavras de Jesus têm origem no
Pai, são expressão do ensinamento divino. Já as palavras dos adversários não
correspondiam, necessariamente, ao pensamento divino, por estarem contaminadas
por uma série de elementos sem relevância, aos quais eles davam muito valor; o
essencial, porém, nem sempre era devidamente valorizado. Os ensinamentos de
Jesus eram um constante convite à conversão, um apelo a usar de misericórdia, a
exemplo do Pai. Os adversários, pelo contrário, insistiam na submissão estrita
aos ditames da Lei, minunciosamente especificados. Bastava a mera obediência
exterior da Lei, para a pessoa ser considerada justa. As palavras do Mestre
eram portadoras de vida, porque geradoras de comunhão, ao passo que as dos seus
adversários, incapazes de tocar o íntimo do coração humano, acabavam por levar
as pessoas a uma falsa confiança em Deus. Evidentemente, as palavras de Jesus
são mais exigentes e requerem um empenho maior do que as palavras de seus
adversários. De fato, é fácil observar, exatamente, certas normas bem precisas.
O difícil é aventurar-se na proposta feita por Jesus. – Espírito de
vida, que eu seja suficientemente sábio para acolher as palavras de Jesus, que
me proporcionam vida, e rejeitar o que me afasta do Pai” (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O
Evangelho nosso de Cada Dia [Ano C] - Paulinas).
Pe.
João Bosco Vieira Leite