(At 10,25-26.34-35.44-48; Sl 97[98]; 1Jo 4,7-10; Jo 15,9-17).
1. Nesses domingos da Páscoa,
recolhemos do livro dos Atos alguns elementos importantes desse início da
Igreja. Uma síntese da comunidade em sua estrutura inicial, a ação de Deus
através dos apóstolos, a pregação inicial, a figura e a missão de Paulo e hoje
a adesão dos pagãos à fé cristã.
2. O texto quer deixar claro que o
anúncio da salvação é para todos, pois Deus não faz acepção de pessoas. O dom
do Espírito que sempre guiou a Igreja, manifesta-se também para todos. Aqui
começamos o nosso caminho para festa de Pentecostes.
3. Nosso salmo canta a ação de Deus que
não só realiza maravilhas por todo o mundo, mas a todos deseja salvar. Junto
com o texto da 1ª leitura nos provoca a ampliar os nossos parâmetros humanos e
religiosos. Deus é maior que os nossos pensamentos e seu Espírito sopra onde
quer.
4. A segunda leitura serve de aperitivo
ao evangelho que se segue. A compreensão de um Deus amoroso parte primeiro do
mistério da Encarnação, depois da sua entrega pela vida do mundo. Deus ama por
primeiro em sua iniciativa de buscar o ser humano. E no Filho, a quem
contemplamos, podemos compreender o que significa amar. No cotidiano de nossa
existência, em meio às contradições da vida, o amor nos ensinado por Jesus tem
condições de dar sentido e significado a cada coisa.
5. Se por um acaso não ficou clara a
compreensão da comparação de Jesus sobre os ramos e a videira do evangelho
anterior, Jesus esclarece um pouco mais. Insistindo conosco que só permanecendo
n’Ele é possível viver o mandamento do amor mútuo e testemunhá-lo, pela força
de uma amizade que se estabelece.
6. “Uma relação de causalidade e
exemplaridade: como o Pai amou o Filho, assim o Filhou amou os discípulos (v.
9a) e agora os discípulos amam-se com o amor que cria uma comunidade onde tomam
conta uns dos outros”.
7. Precisamos de algo maior que nos
inspire, pois não somos capazes de querer bem. Devemos humildemente reconhecer.
O amor de Deus por nós, imerecido, nos tira da solidão, pois Ele não é nosso
inimigo e jamais deixou de nos amar, prova disso está no Filho que vem ao nosso
encontro. Permaneçamos n’Ele, mesmo quando fica difícil amar.
Pe. João Bosco Vieira Leite