(Zc 8,20-23; Sl 86[87]; Lc 9,51-56) 26ª Semana do Tempo Comum.
“Jesus, porém, voltou-se e repreendeu-os” Lc 9,55.
“As divergências entre judeus e samaritanos eram bem conhecidas, no tempo de Jesus. Por razões históricas, eles se tinham na conta de inimigos, recusando-se a se reconciliar. Atravessar a Samaria, rumo a Jerusalém, era sempre perigoso. Podia-se contar, com certeza, com a hostilidade dos samaritanos. Mesmo assim, Jesus tomou a decisão de atravessar a Samaria, rumo a Jerusalém. E, mais, seus discípulos entraram num povoado samaritano, pedindo hospedagem para o Mestre. A rejeição foi imediata. Os samaritanos recusaram-se a dar-lhe acolhida, pois souberam que estavam a caminho de Jerusalém. Tiago e João, apelidados de “filhos do Trovão”, desafogam seu fanatismo, pedindo que o Mestre destrua os inóspitos samaritanos, com fogo enviado do céu. A intolerância desses dois discípulos era sintoma de seus ideias messiânicos, feitos de gestos espetaculares, nos moldes dos antigos profetas. O profeta Elias, por exemplo, havia destruído com o fogo do céu os emissários do rei, enviados para prendê-lo. Coisa semelhante desejavam ver Tiago e João! O pedido dos discípulos foi rechaçado por parte de Jesus. Antes, eles foram severamente repreendidos, por sua dureza de coração. Seu fanatismo era fruto de incompreensão do projeto do Mestre. A rejeição dos samaritanos era insignificante diante da que ele haveria de padecer em Jerusalém. – Espírito de tolerância, ajuda-me a ser compreensivo e paciente nas experiências de fracasso, sem nutrir desejos de ódio e de vingança” (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O Evangelho nosso de Cada Dia [Ano C] - Paulinas).
Pe. João Bosco Vieira Leite