Segunda, 29 de setembro de 2025

(Dn 7,9-10.13-14; Sl 137[138]; Jo 1,47-51) Santos Miguel, Gabriel e Rafael.

“Ó Senhor, de coração eu vos dou graças, porque ouvistes as palavras dos meus lábios!

Perante os vossos anjos vou cantar-vos e ante o vosso templo vou prostrar-me” Sl 137[138],1-2.

“Este salmo de ação de graças, que a Setenta atribui a Zacarias, foi recitado pelo Orante no Templo com o olhar voltado para o edifício do Templo (v. 2) e contém, além do agradecimento pelo atendimento da prece (v. 3), tons de entusiasmo hínico (vv. 4-6), que devem ser entendidos como eco da experiência cultual do poeta, que lhe comunicou a certeza de ter sido ouvido e de participar da salvação realizada por Deus. É essa a razão pela qual ele contempla e entende o seu encontro e a sua experiência pessoal com Deus dentro de amplo leque de referências. Que o poeta tenha sido um dirigente do povo ou rei não se pode saber pelo próprio salmo; o v. 6 leva a pensar de preferência em simples membro da comunidade; por isso é sem perspectivas todo ensaio de datar o salmo, porque faltam outras afirmações concretas. [...] Somente no contexto universal da revelação salvífica divina o orante chega a saber que o Deus a quem todos os reis da terra prestam homenagens inclina-se para a sua humildade e o liberta da angústia conservando-lhe a vida, de sorte a perceber que a sua salvação pessoal forma parte da salvação do mundo todo, da revelação da glória de Deus. Sobre tal convicção funda-se também a confiança que anima o orante de que Deus ainda consumará sua obra salvífica. Entende-se abrigado no amor eterno de Deus. A tal ponto se lhe tornou própria a causa de Deus, que ousa orar pedindo-lhe que não abandone sua obra, pois que a obra de Deus não deixa de ser sua salvação; e o agir salvífico de Deus continua para sempre” (Artur Weiser – Os Salmos – Paulus).

Pe. João Bosco Vieira Leite