(At 17,15.22—18,1; Sl 148; Jo 16,12-15) 6ª Semana da Páscoa.
“Tudo o que o Pai possui é meu. Por isso
disse que o que ele receberá e vos anunciará é meu” Jo 16,15.
“Neste
texto a ação de Espírito é explicada em relação às três Pessoas Divinas: ao
mesmo Espírito (v. 13), ao Filho (v. 14), ao Pai (v. 15). A conclusão dos três
versículos é sempre a mesma: ‘há de anunciá-lo’. O Espírito, concedido aos
crentes, agirá neles e auxiliá-los-á a compreender as antigas profecias. Assim
o Espírito anuncia e abre para uma verdade diferente das que o ‘mundo’ propõe.
O Espírito permite aos crentes penetrar na profundidade da Escritura na qual
estão contidas, na linguagem dos homens, as palavras de Deus e da qual, segundo
a bela expressão de São Gregório Magno, o homem pode ‘captar o coração de
Deus’. Afirma a Dei Verbum, no número 12, que ‘a Sagrada Escritura deve ser
lida e interpretada com o mesmo Espírito com que foi escrita’. É por isso
necessário que os fiéis, com a sua vida, permitam verdadeiramente ao Espírito
que fale. Esta atitude não tem nada de abstrato ou fantasioso, mas requer
atenção aos acontecimentos concretos de cada dia, pedindo a Deus o dom do
discernimento; requer oração, amor para com o próximo, o abandono da idolatria
no tocante ao dinheiro e ao poder sobre os outros e, muito importante, a
celebração da liturgia. Com efeito, a assembleia litúrgica é o lugar
privilegiado para a escuta da Escritura. Nela Cristo está ‘presente na sua
Palavra, pois que é Ele que fala quando na Igreja se lê a Sagrada Escritura’
(Sacrosantum concilium, 7). Tudo isto nos diz que para entrar na lógica nova de
Jesus, para nos deixarmos instruir nisto pelo Espírito, temos diante de nós um
caminho novo já marcado: a vida cristã diária e normal” (Giuseppe Casarin – Lecionário
Comentado [Quaresma - Páscoa] – Paulus).
Pe.
João Bosco Vieira Leite