(At 15,22-31; Sl 56[57]; Jo 15,12-17) 5ª Semana da Páscoa.
“Já não vos chamo servos, pois o servo
não sabe o que faz o seu senhor. Eu chamo-vos amigos,
porque vos dei a conhecer tudo o que
ouvi de meu Pai” Jo
15,15.
“Jesus
rompeu a visão rígida de discipulado que vigorava em sua época, recusando-se a
considerar seus discípulos como servos, por considerá-los como amigos. Ele não
era um rabino a mais, preso a esquemas incompatíveis com o Reino. Sua postura
foi inovadora. O esquema servo-senhor era-lhes insuficientes para expressar seu
modo de considerar os discípulos. Um patrão não tem satisfações a dar a seus
empregados, uma vez que são considerados como meros executores das ordens
recebidas. Os laços de comunhão entre eles são frágeis, pois o empregado, quase
sempre, quer ver-se livre da tutela do seu patrão. A um e outro falta o amor. O
esquema amigo-amigo revela o que Jesus pretende ser para os seus discípulos. A
amizade comporta afeto, comunhão de interesses e busca de ideias comuns. Embora
correndo o risco de ser rompida, a amizade autêntica tende a ser estável. Nela,
um amigo não se sente tutelado pelo outro. Tudo se fundamenta na liberdade e no
respeito. Ao convocar seus discípulos, Jesus quis, logo, estabelecer laços de
amizades com eles. Chamou a cada um por decisão pessoal. Comunicou-lhe tudo
quanto aprendeu do Pai. Assumiu-os como colaboradores em sua missão. Não lhe
impôs normas ou regras, a não ser o mandamento do amor mútuo. Manifestou-lhes,
até o extremo, seu bem-querer, a ponto de dar a vida por eles. – Espírito
que constrói amizade, reforça os laços que me unem a Jesus e aos meus
semelhantes” (Pe.
Jaldemir Vitório, sj – O Evangelho nosso de Cada Dia [Ano C] -
Paulinas).
Pe.
João Bosco Vieira Leite