(At 9,1-20; Sl 116[117]; Jo 6,52-59) 3ª Semana da Páscoa.
“Mas o Senhor disse a Ananias: ‘Vai,
porque esse homem é instrumento que escolhi
para anunciar o meu nome aos pagãos, aos
reis e ao povo de Israel’” At 9,15.
“Temos
finalmente em primeiro plano o personagem conhecido de relance no episódio do
martírio de Estevão, onde a técnica narrativa de Lucas o tinha apontado num
prelúdio antecipador da sua importância no seguimento da narração. Entre os
lapidadores do protomártir Estevão, sobressaía de fato a figura silenciosa e
cúmplice do jovem Saulo. Tinha depois rebentado nesse dia (cf. At 8,1) uma
violenta perseguição contra a Igreja, e mais uma vez Saulo desempenha papel
ativo. Mas o Senhor esperava-o no caminho de Damasco. [Compreendera Palavra:]
Saulo conhece muito bem a cultura helenista, é inclusive cidadão romano por
nascimento e tem como romano um segundo nome que depois usará de preferência:
Paulo, que significa ‘o pequeno’. Ao mesmo tempo é um hebreu zeloso, fariseu
por opção, instruído na Lei pelo rabino Gamaliel, e nada tolerante. Considera
os discípulos de Jesus uma ameaça para a integridade da fé dos antepassados,
baseada na observância da legislação mosaica, e por isso se dedica com afinco à
repressão contra eles (vv. 1-2). Contra todas as previsões, a experiência que
vai ter do Senhor baralha os seus planos apanhando-o na profundidade da sua
vivência, e deixa sinal, fechando os olhos de Saulo à realidade como ele a
conhece (vv. 3-9), para voltar a abri-los a seguir à luz do Espírito (vv.
18-20). Tendo embora recebido uma vocação totalmente singular, Saulo chega à fé
através da mediação da Igreja na pessoa de Ananias, a quem o Senhor revela a
vocação do eleito para o apostolado entre os gentios (vv. 10-17)” (Giuseppe Casarin – Lecionário
Comentado [Quaresma - Páscoa] – Paulus).
Pe.
João Bosco Vieira Leite