(1Cor 15,1-8; Sl 18[19]; Jo 14,6-14) 2ª Semana da Páscoa.
“Disse Filipe: ‘Senhor, mostra-nos o
Pai, isso nos basta!’” Jo 14,8.
“Podemos
pensar que Filipe também se dirige a nós ao pronunciar estes dois verbos que
supõe um compromisso pessoal. Diz para nós também o que diz a Natanael: ‘Venha,
e você verá’ (Jo 1,46). O apóstolo nos incentiva a conhecer Jesus de perto. De
fato, a amizade, o verdadeiro conhecimento do outro, necessita de proximidade e
às vezes vive graças a esta. Além do mais, não devemos esquecer que, segundo o
que escreve Marcos, Jesus elegeu os Doze com o objetivo inicial de que
‘ficassem com ele’ (Mc 3,14), quer dizer, que compartilhem a sua vida e
aprendam diretamente dele não só o estilo de seu comportamento, mas
especialmente quem era Ele de verdade. Só assim, participando de sua vida,
podiam conhecê-lo e em seguida anunciá-lo. Mais tarde, na carta de Paulo aos
Efésios, leremos que o importante é ‘aprender a Cristo’ (4,20), quer dizer, não
só escutar os seus ensinamentos, suas palavras, mas conhecer a Ele em pessoa,
quer dizer, a sua humanidade e divindade, seu mistério, sua beleza. E não só
Ele é um Mestre, mas também um Amigo, ou melhor, um Irmão. Como poderíamos
conhecê-lo a fundo se permanecemos afastados dele? A intimidade, a
familiaridade, os hábitos nos fazem descobrir a verdadeira identidade de Jesus
Cristo. O mesmo que nos ensina Filipe. E por isso nos convida a ‘ir’, a ‘ver’,
quer dizer, a entrar num contato de escuta, de resposta e de comunhão de vida
com Jesus a cada dia” (Bento
XVI – Os Apóstolos e os primeiros discípulos de Jesus –
Planeta).
Pe.
João Bosco Vieira Leite