Sexta, 25 de abril de 2025

(At 4,1-12; Sl 117[118]; Jo 21,1-14) Oitava de Páscoa.

“Logo que pisaram a terra, viram brasas acesas, com peixe em cima, e pão” Jo 21,9.

“Depois da pescaria bem-sucedida, João descreve uma cena estranha e misteriosa: o desjejum junto às brasas. Ninguém ousou perguntar a Jesus quem era, pois ‘eles bem sabiam que era o Senhor’ (21,12). É a situação da eucaristia. Os cristãos sabem que o próprio Senhor está no meio deles. Não perguntam. Acreditam. E por ser o Senhor que está no meio deles, a manhã cinzenta se transforma num clima de intimidade e amor. No meio de uma terra estranha, surge a sensação de aconchego, no meio da frustração surge a satisfação. Como na eucaristia, Jesus se apróxima, toma o pão e dá aos seus discípulos. Só que nesse caso o pão não vem acompanhado de vinho, e sim de peixe. Para os antigos, o peixe é a comida da imortalidade, participamos da vida eterna, imperecível, indestrutível de Deus. Para João, a Ressurreição não acontece em forma de coisas mirabolantes. É nas coisas simples do dia-a-dia, na refeição em torno de um braseiro, que o véu é tirado, de modo que os discípulos podem entrar em contato com a realidade, unindo-se ao fundamento de todo ser, com o Deus de amor” (Anselm Grüm – Jesus: Porta para a Vida – Loyola).

 Pe. João Bosco Vieira Leite