Sábado, 07 de junho de 2025

(At 28,16-20.30-31; Sl 10[11]; Jo 21,20-25) 7ª Semana da Páscoa.

“Este é o discípulo que dá testemunho dessas coisas e que as escreveu;

e sabemos que o seu testemunho é verdadeiro” Jo 21,24.

“O capítulo 21 termina de uma maneira estranha: ‘É este discípulo que testemunha essas coisas e as escreveu, e nós sabemos que o seu testemunho é conforme a verdade. Jesus fez ainda muitas outras coisas; se as escrevessem uma a uma, o mundo inteiro não poderia, penso eu, conter os livros que se escreveriam’ (21,24-24). Não precisamos ler tudo o que se escreveu sobre Jesus. Basta meditar sempre de novo as palavras que o discípulo amado nos transmitiu no evangelho de João. Elas nos querem abrir os olhos para o que é essencial. Não se trata de saber muito, importa, isso sim, entender. Não se trata de contar a história de Jesus em sua ordem cronológica. Importa ver nele o revelador que afasta o véu que cobre tudo, para que entremos na realidade, concordando com o maravilhoso, como diz Peter Schellenbaum. Fundiu-se com a realidade, estar de acordo com o que é real, continua Schellenbaum, leva a um novo sentir da vida, uma nova experiência direta, à vida verdadeira, pois muitas vezes estamos mortos, presos em obsessões recorrentes (SCHELLENBAUM, 2001, p. 306s). Segundo Gregório de Nissa, a última frase do evangelho de João nos mostra que o espírito de Deus ultrapassa toda a compreensão humana. Por isso é impossível encerrá-lo em livros. O mundo inteiro é incapaz de abarcar a plenitude dos ensinamentos de Cristo. ‘Como Deus criou todas as coisas com sabedoria, e como a sua sabedoria não tem limites, é impossível para o mundo, restringido pelos seus próprios limites, conter em si toda sabedoria ilimitada’ (Citado segundo SANFORD, 1997, p. 213, v. 2). Todo livro escrito só tem o sentido de ajudar a compreender o mistério da vida e do amor que Jesus revelou e que o discípulo amado testemunhou” (Anselm Grüm – Jesus: Porta para a Vida – Loyola).    

Pe. João Bosco Vieira Leite